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Pais alvo de queixa por sepultarem filha transgénero com nome de nascença

Pais nunca aceitaram o facto de o filho ter decidido mudar de sexo.

Pais alvo de queixa por sepultarem filha transgénero com nome de nascença
Notícias ao Minuto

12:13 - 15/11/23 por Notícias ao Minuto

Mundo Espanha

Uma associação de apoio a família de transsexuais - a Euforia - levou a tribunal um alegado delito de ódio, num caso que tem como protagonista Daniela, uma jovem transsexual de 23 anos que se suicidou em 2022 e cujos pais - que sempre foram contra a sua mudança de sexo - decidiram sepultá-la com o seu nome de nascença.

Daniela nasceu no Chile e aos dois anos foi adotada por um casal espanhol, de Cantábria. Aos onze anos, começou a questionar a sua orientação sexual, acabando por revelar que se identificava como mulher, algo que "os seus pais nunca aceitaram", noticia o ABC.

Em 2017, Daniela começou os tratamentos para a mudança de sexo, altura em que os pais decidiram renunciar à sua guarda, e a jovem esteve durante alguns meses à guarda de uma instituição de acolhimento.

Quando completou 18 anos, concluiu o processo de mudança de nome, foi viver para Madrid, onde arranjou emprego, mas um ano depois morreu.

Aquando do funeral, a sua família decidiu criar uma sepultura com o seu antigo nome e com a sua fotografia como rapaz.

Amigas de Daniela denunciaram a situação e a associação Euforia apresentou uma queixa contra a família junto da Procuradoria de Crimes de Ódio de Alicante, por utilizar uma fotografia e o seu nome antes da transição na sua lápide, localizada no panteão da família. "Nunca aceitaram que ela fosse uma mulher trans", lamentam.

"Entendemos que estes acontecimentos são um crime de ódio e de injúria a um grupo protegido e, por isso, esperamos que a queixa seja processada, admitida pelo Ministério Público e que sejam tomadas medidas legais contra os pais da Daniela", defendeu o advogado da associação Euforia, Saúl Castro.

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