"Mentira". Hamas rejeita que Israel tenha encontrado armas em hospital
A milícia apelou ainda para que a Organização das Nações Unidas (ONU) e outras entidades internacionais estabelecessem um comité para verificar as condições dos hospitais de Gaza e "provar a falsidade da narrativa da ocupação".
© AFP via Getty Images
Mundo Israel/Palestina
O grupo islâmico Hamas rejeitou, esta quarta-feira, que Israel tenha encontrado armas no hospital de Al-Shifa, acusações que descreveu como se tratando de uma "mentira descarada".
"A alegação da ocupação israelita de que armas estão armazenadas no hospital Al-Shifa é uma mentira descarada que já não deve enganar mais ninguém. A alegação da ocupação sionista de que encontrou armas e equipamento militar no complexo médico de Al Shifa nada mais é do que uma continuação das suas mentiras e propaganda barata, tentando justificar os seus crimes genocidas que destruíram o sector da saúde em Gaza", disse o organismo, citado pela Sky News.
A milícia apelou ainda para que a Organização das Nações Unidas (ONU) e outras entidades internacionais estabelecessem um comité para verificar as condições dos hospitais de Gaza e "provar a falsidade da narrativa da ocupação".
“Nós, os palestinianos, estamos cientes do grau de mentiras e enganos que a ocupação planeou para encobrir os seus crimes contra crianças, mulheres e civis indefesos”, acusou.
De notar que as Forças de Defesa de Israel (IDF) entraram esta quarta-feira naquele que é o maior hospital de Gaza, por considerarem que as instalações albergam uma base estratégica do Hamas.
Segundo o Ministério da Saúde de Gaza, pelo menos 40 pacientes morreram na terça-feira, como sequência desta ação contra um local onde milhares de palestinianos se encontram refugiados.
O hospital preparou "uma vala comum dentro do complexo para enterrar 180 corpos de pacientes que não podem ser retirados devido aos intensos combates", declarou o Escritório de Coordenação de Ajuda Humanitária das Nações Unidas no seu relatório diário sobre o impacto da guerra nos civis.
As informações transmitidas à ONU não indicam a causa direta da morte dos pacientes.
Este centro médico, o mais importante da Faixa de Gaza, ficou sem eletricidade, água potável e alimentos há vários dias e está a abrigar cerca de 9.000 pessoas, incluindo deslocados, pessoal médico e pacientes, entre os quais mais de 30 bebés prematuros.
O exército de Israel garantiu que está a realizar uma "operação precisa e seletiva contra o Hamas" neste hospital, mas as autoridades palestinianas temem pela vida dos civis no local e condenam a operação realizada pelos militares israelitas.
Israel afirma ter levado incubadoras, comida para bebés e suprimentos médicos para o hospital, bem como equipamento médico e soldados que falam árabe para facilitar a distribuição de suprimentos.
De acordo com informações recebidas pela ONU, todos os hospitais da Cidade de Gaza (norte) e do norte de Gaza, onde se localizava a parte mais densa da infraestrutura sanitária deste enclave, não estão a funcionar, com exceção do hospital Al-Ahli.
Depois do ataque surpresa do Hamas contra o território israelita, sob o nome 'Tempestade al-Aqsa', Israel bombardeou a partir do ar várias instalações daquele grupo armado na Faixa de Gaza, numa operação que denominou 'Espadas de Ferro'.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, declarou que Israel está "em guerra" com o Hamas, grupo considerado terrorista por Israel, pelos Estados Unidos e pela União Europeia (UE), tendo acordado com a oposição a criação de um governo de emergência nacional e de um gabinete de guerra.
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