Em comunicado, a Agência Europeia da Guarda de Fronteiras e Costeira (Frontex) indicou que, de acordo com os seus cálculos preliminares, o maior aumento do número de entradas ilegais no território do bloco comunitário foi na rota da África Ocidental, que quase duplicou, para mais de 27.700, desde o início do ano.
"Este é o total mais elevado para esta rota migratória desde que a Frontex começou a recolher dados, em 2009", referiu a agência, acrescentando que se registou em outubro um recorde das chegadas à UE de migrantes procedentes da rota da África Ocidental.
"O número de chegadas em outubro (13.000) foi também o total mensal mais elevado de que há registo", sublinhou.
Os três principais países de origem das pessoas em todas as rotas migratórias foram este ano, até agora: Síria, Guiné-Conacri e Costa do Marfim.
Segundo a Frontex, o Mediterrâneo Central continuou a ser a rota mais movimentada para a UE em 2023, com mais de 143.600 deteções comunicadas pelas autoridades nacionais nos primeiros três trimestres do ano -- o que é também "o total mais elevado nesta rota para este período desde 2016".
Contudo, o número de casos mensais detetados nesta rota diminuiu 50% em relação a outubro do ano passado, para quase 9.600, de acordo com a agência.
As travessias marítimas continuam a apresentar perigos extremos, observou, precisando que "dados da Organização Internacional para as Migrações (OIM) indicam que 2.468 pessoas foram dadas como desaparecidas no Mediterrâneo este ano, a maioria das quais na rota do Mediterrâneo Central".
Durante o período de janeiro a outubro, a rota dos Balcãs Ocidentais, a segunda rota mais ativa, com mais de 97.300 migrantes ilegais detetados, registou uma queda de 22%, "em grande parte devido a políticas de vistos mais rigorosas", apontou a Frontex.
No Canal da Mancha, o número de travessias irregulares detetadas manteve-se elevado em outubro, com mais de 8.200, mas, apesar disso, "os esforços de vigilância, condições meteorológicas adversas que aumentaram o risco de incidentes fatais e vários outros fatores tiveram um impacto significativo nas tentativas de travessia", disse a Frontex.
"Dois terços destas tentativas resultaram em deteção e interceção pelas autoridades francesas ou num regresso a terra ou salvamento no mar", revelou o organismo europeu.
No total, 2.600 elementos da unidade permanente e funcionários da Frontex estão envolvidos em várias operações de apoio aos Estados-membros e aos países vizinhos para proteger as fronteiras externas da UE e combater a criminalidade.
A agência europeia deixa ainda uma nota salientando que os dados preliminares hoje apresentados "se referem ao número de entradas irregulares detetadas nas fronteiras externas da União Europeia", mas que "a mesma pessoa pode atravessar a fronteira várias vezes em diferentes locais da fronteira externa".
Leia Também: ONU aplaude veto do Supremo britânico a deportações para o Ruanda