"Não vamos parar a guerra após o cessar-fogo", declarou o chefe do Governo israelita aos seus ministros no início de uma reunião do executivo.
Netanyahu aludiu a "disparates" veiculados nas últimas horas sobre o fim das hostilidades em resultado da libertação dos reféns, afirmando, citado pelo diário israelita Haaretz: "Gostaria de deixar claro que estamos em guerra e continuaremos a guerra até alcançarmos todos os nossos objetivos - eliminar o Hamas, recuperar todos os reféns e desaparecidos e garantir que não haverá ameaça a Israel em Gaza".
Após reuniões separadas dos gabinetes de guerra e de segurança, o primeiro-ministro garantiu que todas as autoridades israelitas apoiam um entendimento sobre a libertação de reféns e sustentou junto dos seus pares que o acordo em negociação com o Hamas "é a decisão certa" a tomar.
Segundo Netanyahu, o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, ajudou a "melhorar o quadro proposto (...) para incluir mais reféns a um custo menor".
As famílias dos reféns exigiram que todos os detidos fossem libertados e a ala de extrema-direita da coligação governamental já se manifestou contra o acordo.
Espera-se que o executivo israelita vote um plano que suspenda a ofensiva de Israel na Faixa de Gaza durante vários dias em troca da libertação de reféns detidos pelo Hamas.
O Hamas previu que um acordo mediado pelo Qatar poderia ser alcançado "nas próximas horas".
Netanyahu considerou que, durante a pausa, os esforços do serviço de informações serão mantidos, permitindo ao exército preparar-se para as próximas etapas do conflito
A 07 de outubro, combatentes do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) -- desde 2007 no poder na Faixa de Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel -- realizaram em território israelita um ataque de dimensões sem precedentes desde a criação do Estado de Israel, em 1948, fazendo 1.200 mortos, na maioria civis, cerca de 5.000 feridos e mais de 200 reféns.
Em retaliação, Israel declarou uma guerra para "erradicar" o Hamas, que começou por cortes ao abastecimento de comida, água, eletricidade e combustível na Faixa de Gaza e bombardeamentos diários, seguidos de uma ofensiva terrestre que cercou a cidade de Gaza.
A guerra entre Israel e o Hamas, que hoje entrou no 46.º dia e continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, fez até agora na Faixa de Gaza mais de 14 mil mortos, na maioria civis, e mais de 33.000 feridos, de acordo com o mais recente balanço das autoridades locais, e 1,7 milhões de deslocados, segundo a ONU.
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