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Israel diz que combates serão retomados "com intensidade" após trégua

O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, garantiu hoje que a trégua em Gaza "será breve" e que, assim que terminar, os combates dentro do enclave serão retomados "com intensidade" durante pelo menos mais dois meses.

Israel diz que combates serão retomados "com intensidade" após trégua
Notícias ao Minuto

23:20 - 23/11/23 por Lusa

Mundo Israel

"O que veremos nos próximos dias é, em primeiro lugar, a libertação dos reféns. Esta trégua será breve", frisou Yoav Gallant, durante uma visita às tropas da unidade Shayetet 13 da Marinha israelita.

Israel e o Hamas chegaram a um acordo para um cessar-fogo de quatro dias, que permitirá a libertação de 50 reféns que as milícias islamitas mantêm dentro da Faixa de Gaza, em troca da libertação de 150 prisioneiros palestinianos. Em ambos os casos, são mulheres e menores.

Fontes israelitas confirmaram à agência Efe que por cada dez reféns adicionais que o Hamas estiver disposto a libertar após os quatro dias, a trégua poderá ser prorrogada por mais um dia, até um máximo de dez dias.

"O que é exigido neste intervalo é organizar, preparar, investigar, reabastecer armas e prepararem-se para continuar [a combater]", pediu Gallant aos soldados.

"Haverá uma continuação, porque precisamos de completar a vitória e criar impulso para os próximos grupos de reféns, que só regressarão graças à pressão militar", acrescentou.

Estima-se que as milícias palestinianas em Gaza tenham reféns cerca de 240 pessoas, cerca de 210 nas mãos do Hamas e outras 30 nas mãos da Jihad Islâmica Palestiniana.

No total, há pelo menos 40 crianças reféns em Gaza, segundo as autoridades israelitas, que receberam hoje a lista dos 50 reféns que serão entregues pelo Hamas, embora esta não tenha sido tornada pública por precaução.

"O Hamas tentará usar os dias do acordo para espalhar o medo, a desinformação e o terror psicológico. O acordo não é o fim do processo, mas o começo", destacou, por sua vez, o porta-voz do Exército israelita, o contra-almirante Daniel Hagari.

O porta-voz garantiu que as tropas se irão concentrar "no planeamento e na conclusão dos preparativos para as próximas etapas do combate".

A trégua de quatro dias acordada entre Israel e o grupo islamita palestiniano terá início na sexta-feira às 07:00 locais (05:00 em Lisboa).

A 07 de outubro, combatentes do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) -- desde 2007 no poder na Faixa de Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel -- realizaram em território israelita um ataque de dimensões sem precedentes desde a criação do Estado de Israel, em 1948, fazendo 1.200 mortos, na maioria civis, e cerca de 5.000 feridos.

Em retaliação, Israel declarou uma guerra para "erradicar" o Hamas, que começou por cortes ao abastecimento de comida, água, eletricidade e combustível na Faixa de Gaza e bombardeamentos diários, seguidos de uma ofensiva terrestre que cercou a cidade de Gaza.

A guerra entre Israel e o Hamas, que hoje entrou no 48.º dia e continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, fez até agora naquele enclave palestiniano pobre cerca de 15.000 mortos, na maioria civis, e 33.000 feridos, de acordo com o mais recente balanço das autoridades locais, e 1,7 milhões de deslocados, segundo a ONU.

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