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Paquistão exige 830 dólares a afegãos que queiram sair do país

O governo paquistanês está a exigir o pagamento de 830 dólares como "taxa de saída" aos refugiados afegãos indocumentados que queiram abandonar o Paquistão para países terceiros, evitando a deportação para o Afeganistão.

Paquistão exige 830 dólares a afegãos que queiram sair do país
Notícias ao Minuto

14:04 - 24/11/23 por Lusa

Mundo Paquistão

A imposição da caução, equivalene a 760 euros, surge após o ultimato que exige aos afegãos que procuraram refúgio no Paquistão, sem documentos, para abandonarem o país ou enfrentar o regresso para o Afeganistão, de onde fugiram por recearem do regime talibã. 

De acordo com fontes diplomáticas, as autoridades paquistanesas estimam que mais de quatro milhões de refugiados afegãos, incluindo mais de um milhão de indocumentados, fugiram para o Paquistão nas últimas quatro décadas, impulsionados primeiro pela guerra contra a ex-União Soviética, nos anos 80, e depois da nova tomada de Cabul pelos talibãs, em 2021.

De acordo com as mesmas fontes, o montante é cobrado aos refugiados que contactam embaixadas de países terceiros, embora exclua os que são tratados pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).

O ACNUR está a trabalhar com o governo paquistanês para resolver o problema das "multas de saída", disse à agência de notícias espanhola EFE o porta-voz do organismo no Paquistão, Qaisar Afridi.

A agência de refugiados da ONU está a defender junto das autoridades que os refugiados sejam isentos destes requisitos, disse a fonte da ONU.

"O ACNUR entende que esta situação pode causar ansiedade entre aqueles que buscaram segurança no Paquistão e querem sair e recomeçar as suas vidas", disse o responsável

"Compreendemos as dificuldades enfrentadas pelas famílias que foram arrancadas das casas onde viviam", acrescentou.

A EFE tentou obter mais pormenores sobre esta multa, mas até agora o Ministério dos Negócios Estrangeiros do Paquistão não respondeu.

Numa conferência realizada esta semana, o Ministério dos Negócios Estrangeiros paquistanês referiu que a legislação nacional, tal como as leis de migração em vários países, aplicam multas e punições para as pessoas que ultrapassam o prazo dos vistos ou violam as leis de imigração.

"Qualquer coima que o Paquistão tenha imposto ou venha a impor estará de acordo com as nossas leis", disse Mumtaz Baloch, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros.

No entanto, a comunidade diplomática considera a taxa "um fardo" para os refugiados que fugiram e que precisam de apoio financeiro.

O governo paquistanês estima que cerca de 600 mil refugiados afegãos fugiram para o Paquistão desde os acontecimentos de 2021 no Afeganistão.

Leia Também: Tribunal paquistanês suspende julgamento de antigo primeiro-ministro

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