A infraestruturação do país é uma das prioridades do executivo da coligação PAI-Terra Ranka, em funções há pouco mais de três meses, num país com uma rede viária deficitária, em que predomina a terra batida e buracos.
O primeiro-ministro, Geraldo Martins, reconheceu, em declarações à Lusa, que a Guiné-Bissau tem mais necessidades, mas disse que o Governo está a ser prudente em função das possibilidades e designou como objetivo "alcatroar mais de mil quilómetros de estradas".
O financiamento, disse, é possível pela via da dívida, ou seja pedir dinheiro emprestado, "mas a dívida tem as suas limitações e a Guiné-Bissau já está num patamar de dívida extremamente elevado que requer alguma prudência".
A outra opção de financiamento, a qual o Governo está a ponderar, é as parcerias público-privadas.
"É uma das coisas que nós estamos a pensar, é procurar parcerias público-privadas", afirmou, apontando concretamente mecanismos como os chamados BOIT, Bussiness of Idle Things, recursos inativos que investidores usam para financiar e que recuperam através da exploração dos equipamentos.
"Devemos ser realistas e considerarmos, primeiro, não temos muita margem para dívida para fazermos mais do que mil quilómetros de estrada em quatro anos, ou teremos condições de fazer parcerias público-privadas, mas essas parcerias público-privadas também não podem levar-nos a fazer mais do que mil quilómetros de estrada", insistiu.
Este é o objetivo mínimo do Governo, sublinhou, acrescentando que "se conseguir mais, melhor para o país".
O objetivo dos mil quilómetros de estradas é "para quatro anos" e, segundo o primeiro-ministro, "o que vai acontecer é que, anualmente, o Governo vai apresentar à Assembleia Nacional Popular o Orçamento Geral do Estado para o ano seguinte e o Plano Nacional de Desenvolvimento.
Será nesse Plano nacional de Desenvolvimento que o executivo irá "determinar quais são as prioridades para cada ano de governação".
O primeiro-ministro observou que "as estradas prioritárias são aquelas, por exemplo, que servem para o escoamento de produtos e da produção agrícola local".
"Quando há estrada numa zona de produção, as populações têm mais estímulo para produzirem e isso pode dar um "boost" (impulso) em termos e produção, crescimento económico, etc.", considerou.
Para Geraldo Martins, "essa produção leva a um crescimento económico, o crescimento económico leva a que o Estado possa ter mais receitas e as receitas podem contribuir para pagar a estrada".
Outras obras rodoviárias estão em curso no país como a reabilitação de 40 quilómetros da principal estrada de Bissau, no troço Safim-Jugudul, onde esteve hoje o primeiro-ministro,
A cerimonia marcou o lançamento dos trabalhos de manutenção corrente da estrada em terra e revestida da rede rodoviária nacional prioritária.
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