Seis jovens ouvidos no caso que resultou na morte de professor em França

O caso remonta a 2020, quando o professor, de 47 anos, mostrou caricaturas de Maomé numa aula dedicada à liberdade de expressão. Os pais dos menores não gostaram, e os jovens são suspeitos de ter ajudado a vigiar o professor, que foi decapitado por um refugiado checheno.

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© GEOFFROY VAN DER HASSELT/AFP via Getty Images

Notícias ao Minuto com Lusa
27/11/2023 09:54 ‧ 27/11/2023 por Notícias ao Minuto com Lusa

Mundo

França

Seis adolescentes começam a ser ouvidos esta segunda-feira num tribunal de Paris, em França, num caso que resultou na morte de Samuel Paty, um professor.

O caso remonta a 2020, ano em que o professor de História mostrou, durante uma aula, caricaturas de Maomé – o que levou a que alguns encarregados de educação não ficassem felizes com esta aula, na qual estava a ser abordada a liberdade de expressão.

De acordo com a Reuters, uma das menores terá contado aos pais que as imagens foram levadas para a aula pelo professor. A jovem, de 15 anos, é acusada de falsas acusações, uma vez que não se encontrava sequer na aula. A exibição destas imagens seriam um “ponto de partida” para o debate acerca da liberdade de expressão.

Antes de mostrar as caricaturas, o docente avisou que o ia fazer e indicou que os muçulmanos que não quisessem assistir poderiam não o fazer.

Depois da aula, o pai de um rapaz de 13 anos que assistiu à aula publicou nas redes sociais um vídeo onde garantia que o docente "mostrou a fotografia de um homem nu" e que disse que se tratava de "um profeta muçulmano". Esse pai associou-se a outros num coletivo para pedir a demissão do docente.

As imagens exibidas terão sido as que motivaram o ataque à redação do jornal satírico Charlie Hebdo, em 2015.

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Os outros cinco menores vão ser acusados por conspiração premeditada ou emboscada. 

Os adolescentes são suspeitos de ter denunciado Paty ao homem que acabou por cometer o crime, um refugiado checheno radicalizado de 18 anos, morto pouco depois pela polícia. Os menores terão sido responsáveis por vigiar os movimentos do professor após este sair da escola.

Samuel Paty chegou a ir à esquadra depois de ter sido feita uma queixa contra si. Defendeu que não compreendia as críticas e que o filho do pai que avançava com a queixa nem sequer esteve na sala de aula.

O professor morava perto da escola e costumava ir para casa por uma caminho que atravessava uma mata, mas tinha mudado o percurso recentemente, para ir pelo meio do bairro, porque se sentia ameaçado.

Leia Também: Polícia detém suspeito de balear três estudantes palestinianos em Vermont

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