O número de mortos devido à forte tempestade que atinge a Rússia e zonas ocupadas da Ucrânia aumentou para quatro, avançou o Ministério da Energia russo, citado pela agência France Presse.
Com fortes rajadas de vento e ondas gigantes, a "tempestade do século" ou "mega tempestade", como tem chamado a imprensa russa, castigou especialmente a Crimeia, península ucraniana anexada em 2014 por Moscovo, o sul da Rússia e as regiões parcialmente ocupadas de Donetsk, Luhansk, Zaporizhzhia e Kherson, na Ucrânia.
O corpo de um homem foi encontrado no balneário turístico de Sochi, segundo as autoridades regionais, que recomendaram que os habitantes não se aproximem da água.
Na Crimeia, outro homem morreu ao "ver as ondas", informou Oleg Kriuchkov, conselheiro do governador da Crimeia, à televisão estatal.
Outra pessoa morreu a bordo de um barco no estreito de Kerch, que une Crimeia e Rússia, e um corpo foi encontrado em Novorossisk, na região de Krasnodar, segundo as agências russas.
O presidente russo, Vladimir Putin, recebeu relatórios sobre estes "desastres meteorológicos" e determinou que o governo tome medidas para ajudar as regiões afetadas, segundo o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.
Na costa russa do Mar Negro, vídeos das redes sociais, que pode ver na galeria acima, mostraram ondas gigantes a atingir zonas no litoral, quando a velocidade do vento atingia mais de 140 quilómetros por hora.
Na Ucrânia, mais de 2.000 localidades ficaram mergulhadas na escuridão devido a uma violenta tempestade de neve que varreu o país, cujo sistema elétrico já está sob pressão dos bombardeamentos russos.
A Ucrânia teme uma nova campanha de ataques russos contra as infraestruturas essenciais no inverno, tal como em 2022, quando esses ataques mergulharam milhões de pessoas no frio e na escuridão.
"No total, 2.019 localidades em 16 regiões estão sem eletricidade", revelou o Ministério do Interior ucraniano.
A tempestade causou estragos nas estradas, com 1.370 camiões forçados a parar temporariamente e 840 veículos a terem de ser rebocados, acrescentou.
Na cidade de Odessa, no Sul, que é regularmente alvo de ataques russos, as autoridades afirmaram ter ajudado 1.624 pessoas que ficaram presas na neve.
As temperaturas desceram abaixo de zero e registaram-se fortes rajadas de vento, segundo a mesma fonte.
A Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022, desencadeando uma guerra com pesadas baixas civis e militares para os dois lados, bem como a destruição de muitas infraestruturas ucranianas.
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