"Abrimos uma investigação sobre uma tentativa de golpe [de Estado] falhada, pois um grupo de pessoas tentou derrubar o atual Governo recorrendo à força", disse o comissário da polícia William Fayia Sellu.
Segundo o comissário, continuam a perseguir aqueles que "tentaram derrubar uma autoridade legítima pela força".
Os acontecimentos provocaram a morte de 21 pessoas, entre as quais 14 soldados e três assaltantes.
"Os serviços de segurança dizem-me agora que os acontecimentos de 26 de novembro podem muito bem ter sido uma tentativa de golpe de Estado falhada (...) Estas pessoas podem ter tido a intenção de atacar ilegalmente e derrubar o Governo democraticamente eleito da Serra Leoa", afirmou o ministro da Informação, Chernor Bah.
Treze soldados e um civil suspeitos de envolvimento no atentado estão detidos, acrescentou o ministro.
Como resposta ao acontecimento, a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) pode enviar "elementos", se necessário, para a Serra Leoa, declarou fonte da organização através de um vídeo hoje divulgado.
A presidência da Serra Leoa publicou hoje nas redes sociais imagens do Presidente Julius Maada Bio a receber uma delegação da CEDEAO e da Nigéria, que detém atualmente a presidência da comunidade.
"O Presidente da Autoridade (...) pediu-nos para sublinhar que a CEDEAO está pronta e empenhada em apoiar o povo da Serra Leoa nos seus esforços para reforçar a segurança nacional por todos os meios, incluindo o envio de elementos regionais, se necessário", afirmou o Presidente da Comissão da CEDEAO, Omar Alieu Touray, no vídeo, sem especificar a que "elementos" se referia.
Segundo o conselheiro de segurança nacional nigeriano, Malam Nuhu Ribadu, "a CEDEAO e a Nigéria não aceitarão qualquer interferência na democracia, na paz, na segurança e na estabilidade da Serra Leoa".
Freetown viveu várias horas de confrontos armados entre as forças de segurança e assaltantes desconhecidos, que tentaram invadir um arsenal militar.
A prisão central e outros estabelecimentos prisionais foram invadidos e dezenas de reclusos alegadamente fugiram, mas segundo o ministro da Informação, "mais de 100 dos reclusos regressaram às prisões devido a uma busca aos suspeitos em fuga".
Hoje, a polícia da Serra Leoa publicou as fotografias e as identidades de 34 homens e mulheres procurados no âmbito dos confrontos.
Os 32 homens e duas mulheres classificados como "fugitivos" incluem soldados no ativo e reformados, agentes da polícia e civis.
O comunicado da polícia publicado nas redes sociais promete uma "bela recompensa" a quem fornecer informações que levem à sua captura.
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