O gabinete do primeiro-ministro israelita precisou que os reféns israelitas são todos do sexo feminino e que os dois reféns estrangeiros são cidadãos tailandeses.
Um coletivo de familiares de reféns, citado pela agência EFE, identificou dois reféns libertados como mulheres com dupla cidadania argentina-israelita: Ofelia Roitman, de 77 anos, e Gabriela Leimberg, de 59.
Funcionários do Comité Internacional da Cruz Vermelha transferiram os reféns para o Egito em direção à localidade israelita de Kerem Shalom, onde são aguardados pelos militares, segundo comunicado do Exército israelita.
A mesma fonte adiantou, através das redes sociais, que as famílias já estavam a ser informadas.
Graças a uma trégua de que o Qatar foi o principal mediador, desde a passada sexta-feira que o Hamas liberta diariamente cerca de uma dezena de mulheres e crianças enviadas para a Faixa de Gaza na sequência do ataque surpresa de 07 de outubro, em troca da libertação de três vezes mais prisioneiros palestinianos, na maioria mulheres e adolescentes.
O Hamas informou em comunicado que os prisioneiros libertados hoje de prisões israelitas são 15 mulheres e 15 menores.
Esta é a quinta troca de prisioneiros após a entrada em vigor, na sexta-feira passada, do acordo de tréguas entre Israel e o Hamas, que incluiu inicialmente uma paragem de quatro dias nos combates e a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza.
Em declarações à agência oficial de notícias QNA, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros do Qatar, Majed al Ansari, anunciou hoje "o sucesso da troca de reféns e prisioneiros no quinto dia da trégua humanitária na Faixa de Gaza", um acordo que foi estendido ontem por mais dois dias.
O mesmo funcionário confirmou os números avançados por Israel e Hamas em relação ao número de reféns a libertar.
Apesar de o Exército israelita e a própria Cruz Vermelha anunciarem que um total de dez israelitas e dois estrangeiros foram libertados, o Qatar indicou que entre os reféns libertados pelo movimento islamita há uma menor de idade e nove mulheres: duas com dupla nacionalidade argentina, uma austríaca e uma filipina.
Nos primeiros três dias desde o início do entendimento, já foram libertados 58 reféns mantidos em cativeiro na Faixa de Gaza e 117 palestinianos que estavam em prisões israelitas.
Este acordo foi prorrogado na segunda-feira por mais dois dias, conforme anunciado tanto pelo grupo islamita como pelo governo do Qatar, mediador juntamente com o Egito e os Estados Unidos.
Este mecanismo surge depois de terem sido registados incidentes durante os quais vários palestinianos que foram testemunhar as libertações sofreram ferimentos tanto por tiros disparados pelas forças de segurança israelitas como pelo gás lacrimogéneo utilizado para os dispersar.
Israel declarou guerra ao Hamas em 07 de outubro, na sequência de um ataque do grupo islâmico, que incluiu o lançamento de mais de 4.000 foguetes e a infiltração de perto de 3.000 militantes, que mataram cerca de 1.200 pessoas e raptaram mais de 240 em comunidades israelitas próximas da Faixa de Gaza.
Desde então, as forças aéreas, navais e terrestres de Israel contra-atacaram no enclave palestino, onde mais de 15 mil pessoas já morreram, segundo as autoridades da Faixa de Gaza, controlada desde 2007 pelo Hamas, a maioria delas crianças e mulheres, e estima-se que mais de sete mil pessoas estejam desaparecidas sob os escombros.
[Notícia atualizada às 20h00]
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