Ainda faltam alguns dias para a chegada oficial do inverno, mas as ruas de Moscovo e a floresta siberiana já assistiram a uma abertura antecipada para a temporada de maior frio, com a capital da Rússia a registar no entre domingo e segunda-feira um dos maiores nevões de sempre.
A forte neve fez-se sentir mais esta segunda-feira, com a agência estatal RIA a dar conta de pelo menos 54 voos atrasados e cinco voos cancelados nos três principais aeroportos de Moscovo.
As estradas da capital estão completamente cheias de neves, incluindo na Praça Vermelha, onde os poucos turistas que vão ao país (entre as centenas de sanções aplicadas ao regime e à economia russa devido à invasão na Ucrânia) tentaram tirar fotografias no nevão, com o Kremlin e a Catedral de São. Basílio no fundo.
Estima-se que as temperaturas caiam para uma mínima de 18 graus negativos ao longo da próxima semana em Moscovo.
No entanto, os termómetros não vão cair tanto em Moscovo como na Sibéria, uma das zonas mais inóspitas e mais frias do mundo. Se as alterações climáticas têm levado a que a região não registe temperaturas extremamente baixas tão frequentemente, também têm tornado fenómenos extremos ainda mais adversos, incluindo os mais frios.
Esta segunda-feira, a cidade de Yakutsk, a cidade mais frio do mundo e um dos mais importantes centros industriais do extremo oriente russo, registou menos de 50 graus negativos. A mínima prevista para esta noite é de -51 graus Celsius, enquanto que a máxima não ultrapassa os -43 graus.
Temperaturas extremamente baixas são regularmente registadas na camada pergelissolo, uma camada de subsolo que está permanentemente congelada, situando-se em partires da Rússia, do Alasca (EUA), do Canadá e da Gronelândia (Dinamarca). Também Yakutsk fica localizada nesta camada, sendo a 'capital' da região de Sakha, uma enorme república russa quase do tamanho da Índia mas com apenas um milhão de habitantes.
Leia Também: Nevão em Inglaterra causa estragos nas estradas e corta eletricidade