Kim Jong-Un chora e implora às mulheres que tenham mais filhos. O vídeo
Kim Jong-Un desfez-se em lágrimas e há imagens. Tudo para combater a diminuição da natalidade na Coreia do Norte.
© Reprodução Televisão Central da Coreia
Mundo Coreia do Norte
O líder norte-coreano, Kim Jong-Un, desfez-se em lágrimas, enquanto implorava às mulheres do país para terem mais filhos, de forma a travar a diminuição da natalidade.
"Travar o declínio das taxas de natalidade e proporcionar bons cuidados e educação às crianças são assuntos familiares que devemos resolver em conjunto com as nossas mães", disse o líder norte-coreano no domingo, no discurso de abertura do Encontro Nacional de Mães do país, o primeiro do género realizado em 11 anos, segundo cita a imprensa internacional.
Enquanto discursava, Kim Jong-Un emocionou-se e foi filmado a enxugar as suas lágrimas com um lenço branco, tal como mostram as imagens divulgadas pela imprensa estatal norte-coreana, que pode ver na galeria acima. As palavras do líder da Coreia do Norte foram aplaudidas e o público acompanhava a emoção de Kim.
Além de pedir para que tenham mais filhos, Kim aconselhou ainda as mulheres norte-coreanas a educarem as suas crianças de forma a melhorar as perpetivas futuras do país, levando "adiante" a "revolução", "eliminando as práticas não socialistas recentemente crescentes, promovendo a harmonia familiar e a unidade social, estabelecendo uma forma sólida de vida cultural e moral". "Fazer com que as virtudes e características comunistas de ajudar e liderar uns aos outros prevaleçam sobre a nossa sociedade, travando o declínio da taxa de natalidade e cuidando bem das crianças e educando-as de forma eficaz", disse.
Embora seja difícil fazer uma leitura detalhada das tendências demográficas da Coreia do Norte, uma vez que o país divulga estatísticas limitadas, os dados do governo sul-coreano indicam que a taxa de fertilidade do outro lado do Paralelo 38 tem vindo a diminuir de forma constante - e preocupante - nos últimos 10 anos.
A taxa de fertilidade da Coreia do Norte, ou seja, o número médio de bebés que se espera que nasçam de uma mulher ao longo da sua vida, era de 1,79 em 2022, de acordo com a agência governamental de estatísticas da Coreia do Sul.
Estes números podem dever-se a vários fatores, refere a Associated Press, tais como um mercado de trabalho em decadência, um ambiente escolar muito competitivo para as crianças, uma assistência tradicionalmente fraca em matéria de cuidados infantis e uma cultura empresarial centrada nos homens, em que muitas mulheres consideram impossível conciliar a carreira com a família.
"Muitas famílias na Coreia do Norte também não tencionam ter mais do que um filho atualmente, pois sabem que precisam de muito dinheiro para educar os filhos, mandá-los para a escola e ajudá-los a arranjar emprego", afirmou Ahn Kyung-su, diretor do um site dedicado a questões de saúde no país.
A Coreia do Norte implementou programas de controlo da natalidade na década de 1970-80 para abrandar o crescimento da população no pós-guerra.
Contudo, este ano, o país introduziu um conjunto de benefícios para as famílias com três ou mais filhos, incluindo alojamento preferencial gratuito, subsídios estatais, alimentação, medicamentos e bens domésticos gratuitos, assim como benefícios educativos para as crianças.
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