O World Press Photo excluiu da capa do seu catálogo a foto que foi eleita como o melhor registo do ano. Para a tomada de decisão, alegou tratar-se de conteúdo demasiado "explícito".
Em causa está uma foto da guerra na Ucrânia, registada em Mariupol, pelo fotógrafo Evgeniy Maloletka.
A protagonista é uma mulher em trabalho de parto, a ser carregada numa maca, num cenário de destruição. A foto foi tirada momentos depois do ataque à maternidade da cidade.
"Pela primeira vez, este ano, a capa do Livro do Ano de 2023, não é a foto que venceu o World Press Photo of the Year mas sim uma menção honrosa à Ásia, de Ahmad Halabisaz", refere o site da organização.
A imagem tem como protagonista uma mulher iraniana, sentada numa cadeira numa movimentada paragem de autocarro em Teerão, fazendo frente à lei do uso obrigatório de hijab, refere o autor da mesma na sua página de Instagram.
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A organização responsável pelo concurso de fotojornalismo mais importante do mundo justifica a sua decisão referindo que a imagem que escolheram é mais apropriada para configurar como capa de uma obra que "se vende em museus e livrarias".
"Esta é uma atitude consciente para mostrar o nosso respeito pelas vítimas e a nossa raiva contra a perda desumana de vidas", pode ler-se no site do World Press Photo, referindo-se à foto de Mariupol.
A imagem da Grávida de Mariupol foi eleita a foto do ano pelo World Press Photo em abril. A imagem foi captada por Evgeniy Maloletka, um fotógrafo ucraniano da Associated Press (AP). De acordo com a organização do concurso, que assinalou a sua 66.ª edição, a imagem capta "na perfeição o sofrimento humano", assim como retrata "o absurdo e o horror da guerra".
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