"Muitos países no Médio Oriente e no norte de áfrica enfrentam várias crises, como a assombrosa dívida, a destruição e os danos causados pelos conflitos e, agora, a agravada escassez de água devido à crise climática numa região onde a água escasseia cada vez mais", lê-se num comunicado da assessora regional da AI para os direitos económicos, sociais e culturais, Kristine Beckerle.
Na nota, citada pela agência espanhola de notícias Efe, aponta-se que "a resposta dos governos dos países desta região tem sido lamentavelmente desadequada para garantir o direito à água".
Para além disso, a AI recorda que a Arábia Saudita, o Catar e os Emirados Árabes Unidos (EAU), que são o país anfitrião da reunião mundial sobre o ambiente e o clima, ganham "imensas receitas provenientes das suas empresas nacionais de combustíveis fósseis".
Estas empresas, vinca esta ONG, estão a agravar a crise climática com a sua enorme produção de hidrocarbonetos e até têm planos para aumentar a produção.
"Os governos da COP28, que pelo segundo ano consecutivo ocorre num país do Médio Oriente e Norte de África, devem atender ao apelo dos ativistas e grupos da sociedade civil, combinando uma eliminação progressiva dos combustíveis fósseis completa, urgente e justa, com um enfoque no financiamento da luta contra as alterações climáticas baseada nos direitos humanos", concluiu Beckerle.
A linguagem relativamente aos combustíveis fósseis, sem defender uma redução ou o abandono do seu uso, tem sido um dos pontos de tensão na conferência sobre o clima, que entra hoje na sua segunda e última semana, diz a Efe.
A COP28 começou em 30 de novembro e está a decorrer até dia 12 no Dubai, tendo arrancado hoje a segunda semana de cimeira, que termina com, pelo menos, dois dias de negociações finais. Hoje, o programa temático é dedicado aos jovens, crianças, educação e competências.
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