"Ainda existe a possibilidade de evitar a guerra no Líbano. Se a comunidade internacional não tiver sucesso, não teremos outra escolha senão cuidarmos disso nós próprios", alertou o ministro dos Negócios Estrangeiros de Israel, Eli Cohen durante um encontro com Catherine Colonna, ministra dos Negócios Estrangeiros francesa.
Num contexto de trocas de ameaças quase diárias entre o exército israelita e o Hezbollah, Eli Cohen disse que "a França pode desempenhar um papel positivo e importante" para evitar uma guerra.
Após uma visita a Israel, Catherine Colonna deverá viajar para o Líbano na segunda-feira para se encontrar com autoridades e com o comandante da Força Interina das Nações Unidas no Líbano (UNIFIL).
"A França, tal como os seus parceiros, apela aos líderes políticos libaneses para que façam tudo para evitar uma espiral da qual o Líbano seria a primeira vítima", disse a ministra francesa em conferência de imprensa, em Telavive.
A governante acrescentou que já foram enviadas "mensagens claras" para Hezbollah a este respeito.
Desde 08 de outubro, um dia após o início da guerra em Gaza entre Israel e o Hamas, a fronteira entre o Líbano e Israel tem sido palco de trocas de tiros cada vez mais intensas, principalmente entre o exército israelita e o Hezbollah.
Este último afirma ter entrado na batalha para apoiar o Hamas palestiniano, seu aliado. Israel retirou cerca de 50 mil residentes da zona.
Depois de declarar guerra ao Hamas na Faixa de Gaza, após os massacres cometidos em 07 de outubro pelo movimento islâmico palestiniano, "Israel não pretende desencadear outra frente na sua fronteira norte", assegurou Cohen.
"Mas faremos tudo para proteger os nossos compatriotas (...). Somos obrigados a garantir a sua segurança para que possam regressar a casa. Há duas formas de o fazer: pela diplomacia ou pela força", acrescentou, exigindo a retirada do Hezbollah do sul do Líbano.
Israel exige a implementação da Resolução 1701 do Conselho de Segurança da ONU, adotada para pôr fim à guerra entre Israel e o Hezbollah em 2006.
Esta resolução estipula que apenas o exército libanês e a Força Interina das Nações Unidas no Líbano (UNIFIL) sejam destacados na zona fronteiriça.
A violência no sul do Líbano causou pelo menos 129 mortes desde 08 de outubro, segundo uma contagem da AFP.
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