"Os ataques já afetaram a economia mundial e vão continuar a ameaçar o transporte marítimo comercial se a comunidade internacional não se unir para abordar o problema de forma conjunta", afirmou o responsável, citado em comunicado e no âmbito de uma reunião ministerial em videoconferência, a partir do Barém.
No encontro que juntou ministros, responsáveis da área da Defesa e altos representantes de 43 países, assim como da União Europeia e da NATO, Austin reafirmou o compromisso dos Estados Unidos (EUA) com a livre navegação e circulação do comércio nas vias marítimas críticas da região.
O secretário norte-americano instou os participantes na videoconferência a juntarem-se quer às iniciativas lideradas pelos EUA, quer a outras iniciativas internacionais com vista ao restabelecimento da segurança no Mar Vermelho e a dissuadir futuras agressões.
Já hoje, os rebeldes garantiram que não vão parar de atacar navios comerciais no Mar Vermelho.
"Mesmo que a América consiga mobilizar o mundo inteiro, as nossas operações militares não irão parar (...) quaisquer que sejam os sacrifícios que tenham de fazer", assegurou o líder rebelde Mohammed al-Bukhaiti numa mensagem divulgada na rede social X (antigo Twitter).
Segundo al-Bukhaiti, os ataques só serão suspensos "se Israel parar com os seus crimes e começarem a chegar alimentos, medicamentos e combustível à população bloqueada" na Faixa de Gaza.
O secretário da Defesa dos Estados Unidos tinha pormenorizado "o estabelecimento da Operação Prosperity Guardian, uma nova e importante iniciativa de segurança multinacional", com a participação do Reino Unido, Barém, Canadá, França, Itália, Países Baixos, Noruega, Seicheles e Espanha.
Alguns dos países realizarão patrulhas conjuntas, enquanto outros fornecerão apoio de inteligência no sul do mar Vermelho e no Golfo de Aden.
A missão Prosperity Guardian será coordenada pelas Forças Marítimas Combinadas (CMF, na sigla em inglês), que inclui um grupo de trabalho, o CTF 153, criado em abril de 2022 para melhorar a segurança marítima no Mar Vermelho e no Estreito de Bab el-Mandeb.
As CMF são compostas por 39 países, incluindo Portugal, e as autoridades norte-americanas disseram que estavam em conversações para determinar quais nações irão participar na nova missão.
Na semana passada, o Presidente israelita, Isaac Herzog, apelou para a constituição de "uma coligação verdadeiramente internacional" para combater os rebeldes Huthis do Iémen, e para que as ações lideradas pelos Estados Unidos sejam "impulsionadas e fortalecidas".
O movimento rebelde Huthi pertence ao autodenominado "eixo de resistência", juntamente com o Irão, a Síria e os grupos xiita libanês Hezbollah e sunita palestiniano Hamas.
Após a eclosão da guerra entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza, os Huthis dispararam mísseis e 'drones' contra o sul de Israel e também contra navios que arvoram a bandeira israelita ou que sejam propriedade de empresas israelitas no Mar Vermelho e no Estreito de Bab al-Mandeb.
Desde sexta-feira, os principais grupos de transporte marítimo estão a suspender as suas operações no Mar Vermelho, incluindo a Maersk e a Hapag-Lloyd, e na segunda-feira a petrolífera BP juntou-se a eles, cancelando temporariamente a passagem dos seus navios pela região.
O navio-tanque Swan Atlantic foi atacado na segunda-feira quando navegava no Mar Vermelho, segundo a empresa proprietária, a norueguesa Inventor Chemical Tankers, depois de a Marinha britânica ter alertado sobre novos incidentes perto do estreito.
A Associação Norueguesa de Navegação instou as autoridades norueguesas e internacionais a encontrarem uma solução para garantir a segurança dos navios civis no Mar Vermelho.
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