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Rússia coage civis e zonas ocupadas a combaterem no seu Exército

A organização Human Rights Watch acusou hoje a Rússia de continuar a recrutar à força residentes nas zonas que ocupou na Ucrânia para combaterem no Exército russo contra as Forças Armadas ucranianas.

Rússia coage civis e zonas ocupadas a combaterem no seu Exército
Notícias ao Minuto

14:49 - 20/12/23 por Lusa

Mundo Ucrânia

"As autoridades russas obrigam homens nos territórios ocupados da Ucrânia, de forma aberta e ilegal, a lutar contra o seu próprio país", disse Hugh Williamson, diretor para a Europa e Ásia da Organização não-governamental (ONG) de direitos humanos.

Williamson adiantou que os ocupantes russos também pressionam "os civis detidos" nas zonas ocupadas da Ucrânia para se juntarem às fileiras das Forças Armadas russas, refere um comunicado da HRW, que qualifica as duas práticas de "crime de guerra".

A organização disse ter entrevistado "por telefone" três homens que se encontram em prisão preventiva na região de Donetsk, leste da Ucrânia, controlada pelos separatistas russófonos e com a presença de forças militares russas.

"Os três disseram que estão detidos desde antes da invasão russa em larga escala de fevereiro de 2022, e que oficiais das forças militares da designada República Popular de Donetsk tentaram pressioná-los através de intimidações, ameaças e propaganda", lê-se no comunicado.

O advogado dos três detidos afirma conhecer "pelo menos 11 casos similares", acrescenta da HRW.

Um dos detidos denuncia maus tratos em represália pela sua recusa em alistar-se, enquanto outro disse que vários detidos foram enviados para combate sem o mínimo de experiência ou treino.

Segundo os advogados dos detidos, as autoridades de ocupação russa apresentam-se nos centros de detenção com formulários de alistamento. As más condições de detenção, explicaram os entrevistados, constituem um aliciante para que muitos reclusos aceitem a proposta.

As autoridades ucranianas denunciaram repetidamente que a Rússia coage os residentes das zonas anexadas na Ucrânia para que combatam ao lado do Exército de Moscovo contra as forças de Kiev.

A ofensiva militar russa no território ucraniano mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Os aliados ocidentais da Ucrânia têm fornecido armas a Kiev e aprovado sucessivos pacotes de sanções contra interesses russos para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra.

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