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Ex-militar preso na Rússia pede que Biden não o "deixe para trás"

Os EUA têm tentado negociar trocas de prisioneiros com os russos, mas sem sucesso, Além de Paul Whelan, um jornalista do Wall Street Journal também foi acusado pela Rússia de espionagem, embora as provas sejam suspeitas.

Ex-militar preso na Rússia pede que Biden não o "deixe para trás"
Notícias ao Minuto

18:24 - 20/12/23 por Hélio Carvalho

Mundo Paul Whelan

O ex-militar norte-americano preso na Rússia há cinco anos, Paul Whelan, deixou críticas ao presidente Joe Biden e à diplomacia dos Estados Unidos, receando que o governo o "deixe para trás" em negociações de trocas de prisioneiros com os russos.

Numa entrevista telefónica à BBC News, a partir da prisão russa onde está detido, Whelan reiterou que as acusações de espionagem feitas pelas autoridades russas são falsas, mas afirmou que é "inconcebível" que a administração Biden "me deixe para trás" enquanto outros cidadãos estão a ser libertados após trocas de prisioneiros com o Kremlin.

"É uma traição séria. É extremamente frustrante. Eu sei que os EUA têm criado uma série de propostas, propostas sérias, mas isto não é o que os russos querem. E portanto andam de trás para a frente. O único problema é que a minha vida está a esvaziar-se enquanto eles fazem isto", afirmou.

Whelan, preso desde 2018 enquanto estava num casamento de um amigo, foi condenado a 16 anos de prisão em 2020, por acusações de espionagem semelhantes às que foram feitas a Evan Gershkovich, um jornalista norte-americano do Wall Street Journal preso já depois do início da guerra.

O prisioneiro recordou ainda que as condições no campo de prisioneiros onde está têm "caído", com bolor nas paredes da sua cela que o preocupam. Mas a principal preocupação é não ser esquecido. "Estou preocupado que haja um acordo que me deixe para trás. Com cada novo caso, o meu caso vai ficando para o fim da fila", lamentou.

O Departamento de Estado dos EUA disse no início de dezembro que o Kremlin rejeitou uma proposta para garantir a libertação de Whelan e de Gershkovich. Os norte-americanos acusam a Rússia de usarem falsas condenações para prender ambos, usando-os como peões políticos para garantir a libertação dos seus próprios cidadãos.

A mais recente e significativa troca de prisioneiros ocorreu há cerca de um ano, em dezembro de 2022, quando EUA e Rússia trocaram Brittney Griner, a basquetebolista presa em Moscovo por posse ilegal de drogas, e Viktor Bout, um traficante de armas próximo de Vladimir Putin que se encontrava detido desde 2010.

O irmão de Whelan, David, contou no início de um mês à CBS Detroit que um e-mail da Casa Branca enviado à sua família garantia que a libertação de Paul continuava a ser uma prioridade. Mas o irmão do militar preso na Rússia vincou a falta de significado nas palavras.

"Foram precisos 12 meses aos EUA para reunir recursos e apresentar uma proposta única pela libertação do Paul. A proposta foi rejeitada. E estamos de volta ao início, como estávamos em dezembro de 2018 (...) Agora seria uma excelente altura para a Casa Branca mostrar que estão dispostas a fazer mais do que demonstrar frustração", atirou David Whelan.

Leia Também: EUA apelam a Putin para negociar libertação de prisioneiros de "boa-fé"

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