Os oito antigos operacionais regionais das extintas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) são considerados "responsáveis por crimes de guerra de sequestro de reféns, atentados à dignidade pessoal, violação sexual, tortura, tratamento cruel e inumano, e por crimes contra a humanidade e outras privações graves da liberdade, tortura, assassinato, desaparecimento forçado e outros atos inumanos", assinalou a JEP em comunicado.
Os alegados crimes foram "cometidos na sequência dos sequestros" que o Bloco Ocidental efetuou entre 1993 e 2016, assinalou o Gabinete de reconhecimento da verdade da JEP, órgão criado pelo acordo de paz firmado em novembro de 2016 pelo Governo colombiano e as FARC para avaliar e julgar os crimes cometidos no decurso do conflito armado.
Segundo esta instância judicial, os acusados "são máximos responsáveis regionais dos sequestros, pela sua liderança como comandantes" nas distintas unidades do Bloco Ocidental, que operou nos departamentos de Valle del Cauca, Cauca, Nariño e no sul de Chocó.
"Cada um deles materializou na região a política de sequestro traçada pelo antigo secretariado das FARC-EP, e que se classifica em três tipos: sequestros para financiar a organização, para forçar a troca de guerrilheiros presos e para contribuir para manter o controlo territorial", acrescentou a JEP.
Entre os crimes atribuídos, inclui-se o sequestro em 2002 de 12 deputados do Valle del Cauca, e a morte de 11 deles após cinco anos de cativeiro.
O Gabinete de reconhecimento da verdade também pediu à Unidade de Investigação e Acusação (UIA) da JEP que identifique 27 guerrilheiros que integravam o referido bloco "e dos quais se desconhece o paradeiro, se estão vivos ou mortos, e se participaram, ou não, na assinatura do acordo de paz".
Um dos últimos chefes do Bloco Ocidental, Pablo Catatumbo Torres, ocupa um lugar no Senado colombiano pelo partido Comunes, surgido das antigas FARC e na sequência do acordo de paz.
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