Só há gaze e iodo para tratar os pacientes feridos num hospital de campanha, na escola central Al-Sayedah Khadijada, localizada em Deir al-Balah, no centro da Faixa de Gaza, revelou um cirurgião palestiniano em entrevista à agência Reuters.
O médico Bashir al-Hourani trabalha no hospital de campanha no meio da ofensiva violenta de Israel, tratando dos feridos que são encaminhados dos poucos hospitais sobrecarregados que estão ainda em funcionamento.
"Não temos mais nada", afirma o cirurgião, mostrando um frasco com iodo e uma gaze que estava a usar para desinfetar a longa cicatriz cirúrgica no tronco e no estômago de um civil ferido.
"Este doente devia estar no hospital mas, devido à sobrelotação, foi transferido para o hospital de campanha. Temos dezenas de doentes como este. Temos crianças que são difíceis de tratar. Mudamos os pensos num dia e no dia seguinte encontramos uma infeção porque não há esterilização, não há locais especializados, não há sacos de lixo", afirmou al-Hourani.
Numa publicação na rede social X (antigo Twitter), a agência Médicos Sem Fronteiras (MSF), afirmou que no Hospital Nasser, em Khan Younis, "os médicos estão a pisar os corpos de crianças mortas para tratar outras crianças que vão acabar por morrer de qualquer forma".
“The emergency department at Nasser hospital is completely full & new patients are being treated on the floor,” says Chris Hook, MSF medical team leader.
— MSF International (@MSF) December 22, 2023
“Doctors are stepping over bodies of dead children to treat other children who will die anyway.” https://t.co/ydfRFPieW7
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