"Por volta das 23h05 (20h05 em Lisboa) desta quinta-feira, o inimigo israelita realizou um ataque aérea a partir do Golã sírio ocupado contra alguns pontos da região sul", referiu fonte militar não identificada, em comunicado divulgado pela agência de notícias oficial síria SANA.
As defesas antiaéreas do país árabe conseguiram derrubar a maior parte dos projéteis e os que atingiram o alvo causaram apenas danos materiais, segundo a mesma fonte.
A SANA noticiou ainda as defesas antiaéreas estavam a atuar contra "objetos hostis" nas proximidades de Damasco, mas não confirmou oficialmente que se tratasse também de um ataque aéreo israelita.
O Observatório Sírio para os Direitos Humanos, uma organização não-governamental (ONG) sedeada no Reino Unido mas com uma ampla rede na Síria, frisou em comunicado que a ação israelita teve como alvo uma posição militar na província de Al Sueida, no sul do país, e também nos subúrbios da capital, onde está localizado o Aeroporto Internacional de Damasco.
Este é o segundo ataque aéreo realizado por Israel contra território sírio esta semana, depois de um alegado atentado à bomba ter matado esta segunda-feira o conselheiro militar iraniano Razi Mousavi, nos arredores da capital, uma perda pela qual Teerão prometeu vingança.
As milícias iranianas e pró-iranianas estão presentes na Síria como aliadas do Presidente Bashar al-Assad, e as ações israelitas visam frequentemente algumas das suas posições, armazéns de armas ou mesmo caravanas com abastecimentos.
O Estado Judeu intensificou as suas operações contra o território sírio desde o início da guerra de Gaza em outubro, contra o movimento islamita palestiniano Hamas, em retaliação a um ataque sem precedentes contra Israel, embora já realizasse ações deste tipo com relativa regularidade.
Milhares de iranianos participaram hoje em Teerão no funeral do brigadeiro-general Razi Moussavi, gritando "morte a Israel e aos Estados Unidos", noticiou a imprensa estatal iraniana.
Alguns exibiam cartazes que mostravam Moussavi numa fotografia ao lado do general Qassem Soleimani, chefe da Força Qods e figura-chave da República Islâmica no Médio Oriente, por sua vez abatido num ataque norte-americano no Iraque no início de 2020.
O líder supremo do Irão, ayatollah Ali Khamenei, reuniu-se hoje com a família de Razi Moussavi, a quem apresentou condolências.
No funeral, o chefe dos Guardas da Revolução, Hossein Salami, considerou Moussavi "um dos mais experientes e eficazes comandantes dos Guardas na frente da resistência".
Questionado sobre o ataque que matou Moussavi na Síria, Israel disse que "não comenta notícias de meios de comunicação estrangeiros".
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