EUA e países europeus condenam "escalada nuclear" do Irão

França, Estados Unidos, Alemanha e Reino Unido condenaram quinta-feira a "escalada nuclear" empreendida pelo Irão, assegurando "determinação" para que o Irão "não se dote da arma nuclear".

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Lusa
29/12/2023 06:24 ‧ 29/12/2023 por Lusa

Mundo

Irão

"A produção iraniana de urânio altamente enriquecido não tem qualquer justificação civil credível e (...) envolve riscos de proliferação significativos", assinalam os quatro países em comunicado conjunto.

Segundo dados divulgados esta semana pela Agência Internacional de Energia Atómica (AEIA), o Irão triplicou, nas últimas semanas, a produção de urânio enriquecido a 60% para um total de nove quilos mensais, próximo do nível necessário para uma arma nuclear.

Os números representam um "aumento em relação a cerca de três quilos produzidos por mês no segundo semestre de 2023, e um regresso à taxa mensal de nove quilos durante o primeiro semestre".

Em 15 de novembro, a AIEA tinha anunciado que o Irão dispunha de 128,3 quilos de urânio enriquecido a 60%, abaixo dos 90% necessários para uma arma nuclear, mas muito acima do máximo de 3,67% imposto no acordo de 2015 e que os Estados Unidos abandonaram unilateralmente três anos depois.

Para os quatro países ocidentais, estes novos dados são "a demonstração da ausência de vontade do Irão de se comprometer com uma desescalada de boa fé e traduzem um comportamento irresponsável num contexto regional de tensão".

"Exigimos ao Irão que retifique estas medidas e proceda a uma desescalada do seu programa nuclear", assinalam os quatro países, que pedem também a Teerão que coopere "plenamente" com a AIEA para "dar as garantias do caráter exclusivamente pacífico do seu programa nuclear".

Nesse sentido, o Irão deve "reacreditar os inspetores suspensos em setembro" passado, acrescentam.

"Mantemos a nossa preferência por uma solução diplomática e reafirmamos nossa determinação para que o Irão não se dote da arma nuclear", assinalam.

As autoridades iranianas rejeitaram na quarta-feira as conclusões da AIEA sobre uma aceleração da produção de urânio enriquecido e sublinharam que "não há novos trabalhos" neste domínio.

"Mantemos atividades de acordo com os regulamentos. Não temos novos trabalhos em curso", disse o chefe da Agência de Energia Atómica do Irão (AEOI), Mohamed Eslami.

O responsável relacionou as declarações da AIEA com a situação na Faixa de Gaza, conforme noticiado pela agência de notícias iraniana Tasnim e criticou o "frenesim mediático".

Eslami destacou que "nesta situação política e em linha com o que a guerra em Gaza lhes causou, estão a tentar criar outro espaço para desviar o foco e a opinião pública de Gaza para o Irão".

O Irão comunicou os seus planos para aumentar a produção no final de novembro e os inspetores da AIEA efetuaram visitas às instalações de Natanz e Fordo entre os dias 19 e 24 de dezembro.

O Irão sempre defendeu que não tem intenção de criar armas deste tipo, e garantiu que só tem motivações pacíficas ligadas a questões energéticas e de desenvolvimento.

O Irão começou a incumprir em 2019, um ano depois de os EUA terem abandonado o acordo de 2015, ao abrigo do qual concordou em limitar o seu programa nuclear em troca do levantamento das sanções internacionais.

Desde então, o Irão acelerou os seus esforços técnicos e limitou o acesso e o controlo da AIEA.

Leia Também: Síria acusa Israel de novo ataque após assassinato de comandante iraniano

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