A cerimónia decorrerá às 11h00 locais (10h00 de Lisboa) no Palácio dos Inválidos (Hôtel des Invalides, um dos monumentos mais prestigiados de Paris), segundo informou a Presidência francesa.
No dia da morte de Delors, Macron caracterizou-o como um "incansável artífice da Europa" que "lutou pela justiça humana", referindo também que foi uma "figura tutelar na cena política durante 40 anos".
Figura da construção do projeto europeu e considerado o "pai do euro", Jacques Delors foi presidente da Comissão Europeia entre 1985 e 1995.
O político francês também foi recordado por outros líderes europeus como um "visionário", "o último cidadão honorário da Europa" e um "defensor apaixonado e prático da Comunidade até aos seus últimos dias".
Nome incontornável da esquerda francesa, Jacques Delors frustrou as esperanças desta ala partidária ao recusar apresentar-se às eleições presidenciais de 1995 em França. Na altura, era favorito nas sondagens.
Apesar de afastado da vida política ativa, o antigo dirigente da Comissão continuou a pronunciar-se sobre a Europa e o seu futuro.
Em março de 2020, apelou aos chefes de Estado e de Governo da União Europeia (UE) para que demonstrassem maior solidariedade, numa altura em que se debatiam para conseguir uma resposta comum à pandemia de covid-19.
Com os seus grupos de reflexão, o "Club témoin" e o "Notre Europe" (que mais tarde se tornou o "Institut Jacques-Delors" e tem escritórios em Paris, Bruxelas e Berlim), o político, nascido em Paris em 1925, defendeu até ao fim o reforço do federalismo europeu e apelou a uma maior "audácia" quando ocorreu o 'Brexit' (saída do Reino Unido da UE) e perante os ataques de "populistas de todos os tipos".
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