"Um movimento cujos líderes e fundadores caem como mártires, pela dignidade do nosso povo e da nossa nação, nunca será derrotado", disse Haniyah num discurso televisivo.
O líder palestiniano, residente no Qatar, invocou a história da resistência e do movimento para defender que, após "o assassínio dos seus dirigentes", o Hamas "torna-se ainda mais forte e determinado".
"O assassínio pela ocupação sionista do grande líder nacional e valente combatente Saleh al-Arouri, bem como dos seus irmãos entre os líderes e quadros do movimento, em território libanês, é um ato terrorista, uma violação da soberania do Líbano e uma expansão da sua agressão contra o nosso povo e a nossa nação", acrescentou.
Ismail Haniyah precisou que dois líderes do braço militar do Hamas, as Brigadas al-Qasam, foram mortos no ataque, Samir Fendi e Azzam al-Aqraa, bem como outros quatro dirigentes do movimento, Mahmoud Zaki Chahine, Mohammad Bashasha, Mohammad al-Rais e Ahmad Hammoud.
As autoridades israelitas ainda não assumiram a autoria deste ataque em Beirute.
O Hamas confirmou a morte de al-Arouri no bombardeamento hoje à noite com um 'drone' israelita contra um escritório do grupo palestiniano nos arredores sul de Beirute.
O movimento culpou "a ocupação sionista", aludindo a Israel, pelo "assassínio cobarde" de líderes palestinianos e afirmou que o bombardeamento do seu escritório em Beirute "prova mais uma vez o completo fracasso deste inimigo em alcançar qualquer um dos seus objetivos beligerantes" na Faixa de Gaza."
As Brigadas al-Qasam, das quais al-Arouri foi cofundador, prometeram "uma resposta" à sua morte.
Al Arouri, membro do gabinete político do Hamas, foi um dos líderes exilados mais proeminentes do grupo palestiniano, que tem vários representantes no Líbano, bem como noutros países da região.
Em comunicado divulgado na rede social X, o primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, disse que "este novo crime israelita visa arrastar o Líbano para uma nova fase de confrontos depois dos contínuos ataques diários no sul, que causaram um grande número de mártires e feridos".
Esta é a primeira vez desde o início da guerra entre Israel e o Hamas, iniciada em 07 de outubro de 2023, que as forças de Telavive atacam a capital libanesa.
Os confrontos entre o Exército israelita e o movimento xiita libanês Hezbollah, aliado do Hamas, estavam até agora limitados às zonas fronteiriças no sul do Líbano, quando se têm repetido avisos no mundo árabe e na comunidade internacional sobre o receio da propagação do conflito na Faixa de Gaza, na Palestina, a outras regiões do Médio Oriente.
Posteriormente, em comunicado, a presidência do Conselho de Ministros libanês adiantou que Mikati ordenou a apresentação de uma queixa urgente ao Conselho de Segurança da ONU, "no contexto do flagrante ataque à soberania libanesa".
No Líbano desde 2018, al-Arouri chefiou a presença do grupo palestiniano na Cisjordânia e esteve detido em prisões israelitas durante 12 anos antes de ser libertado em 2010, sendo-lhe atribuído vários ataques contra Israel a partir de solo libanês.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, ameaçou matá-lo antes mesmo da atual guerra contra o Hamas.
Mais recentemente, foi um dos principais negociadores do Hamas na libertação dos reféns feitos pelo seu grupo no ataque contra Israel em 07 de outubro.
Há um mês, em declarações à rede televisiva Al Jazeera, afirmou que os restantes prisioneiros eram soldados ou antigos soldados e que não seriam libertados até que Israel terminasse os seus ataques na Faixa de Gaza.
O mais recente conflito entre Israel e o Hamas foi desencadeado após um ataque sem precedentes do movimento islamita palestiniano em território israelita em 07 de outubro do ano passado, massacrando 1.140 pessoas, na maioria civis e incluindo cerca de 400 militares, segundo números oficiais de Telavive.
Em retaliação, Israel, que prometeu eliminar o movimento palestiniano, lançou uma ofensiva em grande escala na Faixa de Gaza, onde, segundo o governo local, já foram mortas mais de 22.000 pessoas -- na maioria mulheres, crianças e adolescentes -- e feridas mais de 57 mil, na maioria civis.
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