"O assassínio de pessoas pacíficas que visitavam um cemitério é chocante pela sua crueldade e o seu cinismo", lamentou em mensagem enviada ao seu homólogo iraniano Ebrahim Raissi, e ao ayatollah Ali Kamenei, indicou o Kremlin.
"Condenamos o terrorismo sob todas as formas", acrescentou o Presidente russo na mensagem ao seu aliado.
Através de um comunicado, Ebrahim Raissi também condenou o duplo atentado bombista perto do túmulo do general dos Guardas da Revolução Qassem Soleimani, denunciando um ato "cobarde" e "odioso".
"Não há dúvida que os autores deste ato cobarde serão em breve identificados e punidos pelas forças de segurança e as forças da ordem competentes, pelo seu ato odioso", indicou o Presidente iraniano.
O Irão divulgou um novo balanço de 103 mortos num ataque durante uma homenagem ao general Qassem Soleimani e decretou um dia de luto nacional na quinta-feira, noticiaram os meios de comunicação oficiais.
A dupla explosão teve lugar perto da mesquita Saheb al-Zaman, onde se encontra o túmulo do general Soleimani, em Kerman, no sul do Irão.
Uma multidão compacta de representantes do regime e de pessoas anónimas tinha-se reunido no local para uma cerimónia comemorativa, segundo a agência francesa AFP.
As autoridades iranianas contabilizaram também 141 feridos.
"O número de mortos subiu para 103, depois de alguns terem sucumbido aos ferimentos", noticiou a agência oficial Irna, acrescentando que alguns dos feridos se encontravam em "estado crítico".
O ataque foi descrito como um ato terrorista por Rahman Jalali, vice-governador da província de Kerman, no sul do Irão.
Não foi feita qualquer reivindicação imediata de responsabilidade.
"Na sequência do ataque terrorista em Kerman, o Governo declarou amanhã [quinta-feira] um dia de luto nacional em todo o país", noticiou a televisão oficial.
Qassem Soleimani foi morto em janeiro de 2020, aos 62 anos, num ataque de um 'drone' (avião sem tripulação) norte-americano no Iraque.
Figura-chave do regime iraniano, era também uma das figuras públicas mais populares do país.
Soleimani, comandante de uma força de elite da Guarda Revolucionária, foi o arquiteto das atividades militares regionais do Irão e é aclamado como um ícone entre os apoiantes da teocracia iraniana, segundo a agência norte-americana AP.
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