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Aviação israelita ataca infraestruturas militares do Hezbollah no Líbano

A aviação israelita atacou hoje posições do Hezbollah no sul do Líbano, perto da fronteira com Israel, depois de o grupo xiita ter reivindicado na quinta-feira, a destruição de equipamento de espionagem israelita.

Aviação israelita ataca infraestruturas militares do Hezbollah no Líbano
Notícias ao Minuto

11:13 - 05/01/24 por Lusa

Mundo Israel

"Aviões da Força Aérea efetuaram um ataque contra a zona de Eita al-Shaab e Magdal Zon, em território libanês", afirmou o exército israelita, numa mensagem publicada na sua página de internet, na qual destacou que "várias infraestruturas terroristas do Hezbollah foram destruídas, bem como uma posição e uma instalação militar em que operavam terroristas da organização" xiita libanesa.

A fronteira israelo-libanesa vive atualmente o momento de maior tensão desde a guerra de 2006 entre o Hezbollah e Israel, tendo as hostilidades ressurgido logo após o início da guerra entre Israel e o grupo islamita palestiniano Hamas, em 07 de outubro.

As hostilidades aumentaram ainda mais depois de, na terça-feira, o 'número dois' do Hamas, Saleh al-Arouri, ter sido morto num ataque nos arredores de Beirute, capital do Líbano.

Apesar de Israel não ter reconhecido responsabilidade pela operação, um responsável da Defesa dos Estados Unidos garantiu, na quarta-feira à noite, que Telavive tinha executado o ataque.

Apesar de a comunidade internacional -- como os Estados Unidos e a França na quarta-feira -- pedirem repetidamente para que o conflito entre Israel e o Hamas não seja alastrado a outras regiões do Médio Oriente, o Líbano e o Irão estão cada vez mais envolvidos.

Desde outubro, Israel já enviou mais de 200 mil soldados para a sua fronteira norte (com o Líbano), onde a violência obrigou a deslocar cerca de 80 mil residentes de comunidades do norte de Israel e à fuga de mais de 70 mil pessoas que viviam no sul do Líbano.

A região já conta com pelo menos 177 mortos: 13 israelitas, dos quais quatro civis, e 164 libaneses, incluindo 127 membros do Hezbollah, 16 membros de milícias palestinianas, um soldado e 20 civis (dos quais três jornalistas e três crianças).

O ministro da Defesa israelita, Yoav Gallant, garantiu, na quinta-feira, ao enviado especial dos EUA e conselheiro da Casa Branca, que "Israel preferia resolver o conflito militar com o Hezbollah através de mecanismos diplomáticos", mas sublinhou que "o tempo para isso é limitado" e que o país "não tolerará ameaças do Hezbollah".

O grupo xiita, apoiado pelo Irão, tem realizado dezenas de ataques com drones (aeronaves não tripuladas) e projéteis contra o norte de Israel, na sequência dos ataques do Hamas de 07 de outubro que desencadearam uma ofensiva israelita contra Gaza.

O ataque do Hamas provocou, segundo as autoridades israelitas, cerca de 1.200 mortos, além de terem sido sequestradas 240 pessoas, das quais mais de 120 ainda se encontram em cativeiro.

A retaliação israelita fez, de acordo com as autoridades palestinianas, controladas pelo Hamas, mais de 22.400 mortos, dois milhões de deslocados e uma crise humanitária grave devido ao colapso de hospitais, falta de medicamentos, alimentos, água e eletricidade.

O primeiro-ministro em exercício do Líbano, Nayib Mikati, sublinhou, no final de dezembro, a importância de "pôr em prática" as resoluções internacionais sobre a fronteira com Israel e apelou à retirada das forças israelitas dos "territórios ocupados".

Os chefes da diplomacia norte-americana e francesa debateram na quinta-feira medidas para evitar a escalada do conflito, sendo que o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, viajará hoje para o Médio Oriente para novas conversações.

A tensão também tem aumentado entre Telavive e Teerão, sobretudo depois de uma dupla explosão registada na quarta-feira à noite ter matado 84 pessoas no Irão, quando milhares de pessoas participavam nas cerimónias de homenagem ao tenente-general Qassem Soleimani, assassinado em 2020, no Iraque, por ordem do então Presidente norte-americano, Donald Trump.

Leia Também: Israel. EUA e Paris unidos no apelo para evitar escalada do conflito

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