"Afirmamos a nossa firme posição de colocar um fim à coligação internacional, uma vez que não há mais justificações para a sua existência. Estamos em processo de definição da data para o início do diálogo através do comité bilateral formado para determinar o fim desta presença", disse o primeiro-ministro iraquiano na cerimónia em memória do comandante iraniano Qassem Soleimani, assassinado há quatro anos pelos Estados Unidos em Bagdad.
Al-Sudani disse no seu discurso que "os incidentes mais graves" que "se repetiram mais de uma vez no Iraque" foram causados pelos "ataques das forças da coligação internacional contra o quartel-general do grupo de milícias pró-governo Forças de Mobilização Popular (FMP)", que integram principalmente movimentos pró-iranianos.
AS FMP "são representantes oficiais afiliadas ao Estado, sujeitas a este e parte integrante das nossas forças armadas. Enfatizamos, repetidamente, que em caso de violação ou transgressão por qualquer parte iraquiana, ou se a lei iraquiana for violada, o Governo iraquiano é a única parte que tem o direito de acompanhar os méritos destas violações", disse o chefe de Governo iraquiano.
"Condenamos os ataques contra as nossas forças de segurança, que vão além do espírito e da letra do mandato que criou a coligação internacional", dado que esta aliança foi formada para lutar contra o terrorismo 'jihadista' do grupo Estado Islâmico (EI).
Al-Sudani quis enfatizar que o seu Governo pretende "tomar as decisões apropriadas para preservar a soberania, a segurança e a estabilidade do Iraque".
Na quinta-feira, os Estados Unidos confirmaram que as suas forças lançaram um ataque contra um quartel-general das FMP, no leste de Bagdad, que matou o comandante do movimento Al-Nujaba, Mushtaq Talib al-Saidi, conhecido como Abu Taqua, bem como dois outros membros.
O exército Iraquiano considerou na quinta-feira que esta ação "não é diferente dos atos terroristas".
O Al-Nujaba é um grupo que integra as FMP e também faz parte da chamada Resistência Islâmica no Iraque, que lançou uma centena de ataques contra alvos com presença norte-americana naquele país e na Síria desde que eclodiu a guerra na Faixa de Gaza, em 07 de outubro, devido ao apoio "incondicional" de Washington a Israel.
Leia Também: EUA reivindicam morte de líder de mílicia pró-iraniana em Bagdade