O Japão está sob os holofotes na imprensa internacional na primeira semana do ano depois de um sismo ter abalado o país, e, dois dias mais tarde, duas aeronaves terem colidido no Aeroporto Internacional de Tóquio.
“Milagrosamente”, como um dos passageiros descreveu, todos os 367 passageiros de um dos aviões sobreviveram – ao contrário de cinco pessoas que estavam na outra aeronave, que levaria ajuda após os sismos (o mais forte foi um de 7,6 de magnitude na Escala de Richter).
All 379 people aboard a Japan Airlines flight managed to escape after the plane burst into flames, following a collision with a smaller aircraft at Haneda airport in Tokyo
— Bloomberg (@business) January 2, 2024
Five members of the crew aboard the other aircraft were killed
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Mas… os passageiros sobreviveram “milagrosamente” ou há uma explicação?
Os funcionários da companhia área Japan Airlines [JAL] reconstituíram o episódio e explicaram o que se passou cronologicamente. Segundo os responsáveis, a tripulação seguiu as regras à risca, começando pela primeira: o controlo de situações de pânico.
Segundo a Reuters, assim que a aeronave parou, a tripulação pediu aos passageiros para manterem a calma – mesmo enquanto as chamas que envolviam o avião se viam pelas janelas e fumo começa a entrar.
Passengers inside a Japan Airlines plane panicked as the jet they were on filled with smoke and flames blazed outside their windows.
— CBS News (@CBSNews) January 2, 2024
The plane collided with a Japanese coast guard aircraft at Tokyo's Haneda Airport on Tuesday and burst into flames, killing five crewmembers. pic.twitter.com/8nlrYmahfe
Com oito saídas de emergência, a tripulação teve de avaliar quais destas eram seguras para a saída das pessoas – e, tal como são treinados, avisaram os passageiros para “deixar a bagagem”.
No aeroporto, algumas pessoas foram entrevistadas e sublinharam como a atuação da tripulação lhes salvou a vida. “Ouvi uma explosão dez minutos depois de eu e todos sairmos do avião”, contou um dos passageiros, citado pela Reuters, acrescentando: “Só posso dizer que foi um milagre, poderíamos morrer se nos tivéssemos demorado”.
Video captures passengers escaping a burning Japan Airlines plane on the runway of Tokyo’s Haneda Airport after it landed and burst into flames.
— Al Jazeera English (@AJEnglish) January 2, 2024
It’s reported to have collided with a Japan Coast Guard plane on the tarmac ⤵️ pic.twitter.com/6iVBjyRckB
As três rampas de evacuação
As saídas de emergência frontais serviram para que alguns dos passageiros saíssem, depois de o comandante dar ‘luz verde’ para a sua abertura. A terceira determinada pela tripulação também poderia ser aberta, mas, devido aos intercomunicadores, que não estavam a funcionar, os passageiros não conseguiam ser informados. Perante este problema, a tripulação abriu na mesma esta terceira saída.
Depois de terem garantido que todos os 367 passageiros tinham saído pelas três rampas de evacuação, também os 12 tripulantes abandonaram o avião e, 18 minutos depois de aterrar, o avião estava vazio.
Os elogios à tripulação e aos passageiros
Segundo a Reuters, um Airbus A350-900 está preparado para retirar 440 passageiros em 90 segundos – apenas com metade das saídas, quatro, abertas. Não é conhecido quanto tempo demorou a retirada dos passageiros, mas especialistas citados pela Reuters referiram que as entrevistas com os passageiros seriam examinadas para perceber e ajustar os procedimentos.
“A tripulação da JAL deve ser altamente elogiada pela sua retirada exemplar”, notou um porta-voz da Airbus.
Já a companhia aérea sublinhou o profissionalismo da tripulação, mas mantém a forma como os passageiros se mantiveram calmos, ainda mais quanto pelo menos oito crianças a bordo.
O vice-presidente sénior da Japan Airlines, Noriyuki Aoki, apontou ainda o facto de as bagagens terem ficado para trás como algo a ter em conta. "Isto foi seguido à risca, inclusive com a cooperação dos passageiros, e acreditamos que isso levou a uma retirada rápida”, afirmou.
No acidente, morreram, no entanto, cinco dos seis tripulantes da aeronave da Guarda Costeira envolvida na colisão, que se dirigia para Ishikawa, de forma a ajudar nos esforços de resgate após os fortes sismos que abalaram a região no início desta semana.
As autoridades concluíram que o avião da Guarda Costeira japonesa que colidiu com um avião comercial no aeroporto de Haneda, em Tóquio, não tinha permissão para descolar, contrariando a versão contada pelo piloto deste avião.
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