As detenções foram anunciadas em conferência de imprensa pelo chefe da polícia de Daca, Harun-or-Rashid, que detalhou que Nabiullah Nabi, líder do Partido Nacionalista do Bangladesh (BNP, na sigla em inglês), da oposição, é uma das oito pessoas detidas numa série de rusgas efetuadas hoje.
"Cerca de dez a onze líderes e ativistas do BNP participaram numa videochamada antes do ataque incendiário, tendo todos eles planeado o ataque", acusou Rashid.
Quatro dos compartimentos do comboio Benapole Express foram incendiados, causando pelo menos quatro mortos e oito feridos graves, num incidente atribuído pela polícia ao principal partido da oposição.
"Este ataque repreensível, sem dúvida organizado por indivíduos mal-intencionados, atinge o coração dos nossos valores democráticos", declarou o Ministério dos Negócios Estrangeiros do Bangladesh num comunicado.
O BNP, por seu lado, rejeitou as alegações e acusou o governo de estar por detrás do incidente para distrair a opinião pública do apelo da oposição a uma greve geral de 48 horas contra as eleições de domingo, em que a atual primeira-ministra, Sheikh Hasina, é a favorita para governar o país asiático por um quarto mandato consecutivo.
O incêndio teve lugar num contexto de violência crescente, apesar do destacamento de forças de segurança para as eleições, que foram boicotadas pela maioria da oposição face à recusa da Liga Awami, no poder, em dissolver o seu executivo e nomear uma administração interina para supervisionar o escrutínio.
Além disso, o BNP acusa o governo de levar a cabo uma onda de repressão e de ter detido mais de 24 mil dos seus dirigentes e ativistas desde que organizou uma grande manifestação antigovernamental em 28 de outubro, que foi reprimida pelas forças de segurança.
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