Líder dos sérvios bósnios homenageia Mladic e Karadzic em 'Dia Nacional'

O presidente sérvio bósnio Milorad Dodik, homenageou hoje os antigos líderes político e militar da República Srpska (RS), Ratko Mladic e Radovan Karadzic, no Dia Nacional da entidade da Bósnia-Herzegovina, definindo-os como "lutadores pela liberdade do seu povo".

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© ELVIS BARUKCIC/AFP via Getty Images

Lusa
08/01/2024 20:26 ‧ 08/01/2024 por Lusa

Mundo

Milorad Dodik

No decurso de uma cerimónia em Banja Luka, a "capital" da RS, o líder seccionista considerou que Mladic e Karadzic, ambos condenados por um tribunal 'ad hoc' da ONU por crimes de guerra e genocídio, "estão hoje na prisão porque tiveram a coragem de dirigir o seu povo no caminho em direção à liberdade", indicou a televisão regional N1.

O líder da RS negou que o general Mladic, ex-comandante das forças sérvias bósnias, e Karadzic, ex-líder político da RS, tenham cometido qualquer genocídio, como consideraram os juízes do extinto Tribunal Penal Internacional para a ex-Jugoslávia (TPIJ) sediado em Haia.

Ambos foram condenados a prisão perpétua por genocídio e crimes contra a humanidade cometidos no decurso da guerra civil na Bósnia-Herzegovina (1991-1995), mas permanecem uma referência para parte significativa da população sérvia local e são considerados os defensores da sua república face aos exércitos muçulmano (bosníaco) e croata, e à federação croato-bosníaca, a segunda entidade criada após o final do conflito.

A Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) e o alto representante internacional para a Bósnia, Christian Schmidt, condenaram hoje a celebração do Dia Nacional da RS por "inconstitucional" e "discriminatório".

A guerra civil na Bósnia-Herzegovina, que provocou mais de 100 mil mortos e cerca de 2,1 milhões de deslocados e refugiados entre as três comunidades étnicas envolvidas, foi desencadeada após a formação de uma entidade separada pelos sérvios bósnios no início de 1992, em resposta ao anúncio de um referendo apoiado por muçulmanos e croatas bósnios e que implicou a independência da Bósnia, até então uma das seis repúblicas da Jugoslávia federal.

Hoje, dois F-16 norte-americanos sobrevoaram a cidade de Banja Luka para demonstrar que os EUA não permitirão "atividades secessionistas", segundo indicou a sua embaixada em Sarajevo.

Em contraste, o embaixador russo na Bósnia-Herzegovina, Igor Kalabuhov, e o Presidente da Sérvia, Aleksandar Vucic, felicitaram Dodik e apoiaram as celebrações de hoje, que se concluem terça-feira com um desfile militar em Banja Luka e fogos-de-artifício simultâneos na principal cidade da RS e em Belgrado.

Leia Também: Kosovo suspende obrigação de ocultar símbolos sérvios nas matrículas

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