Oposição diz que novo primeiro-ministro francês é continuação de Macron

A oposição de esquerda e de extrema-direita da França criticou duramente a nomeação de Gabriel Attal como novo primeiro-ministro do país, que interpretam como uma continuação das políticas impopulares do Presidente Macron.

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Lusa
09/01/2024 15:14 ‧ 09/01/2024 por Lusa

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França

"O que é que os franceses podem esperar deste quarto primeiro-ministro e deste quinto governo em cinco anos? Nada", escreveu na rede social X a líder da extrema-direita, Marine Le Pen, que descreveu as sucessivas mudanças de Governo como uma "dança pueril de ambições e egos".

O seu braço direito, Jordan Bardella, que vai encabeçar a lista do partido União Nacional para as eleições europeias de junho próximo, nas quais é o favorito nas sondagens, afirmou que Macron está a tentar "agarrar-se à sua popularidade nas sondagens para mitigar a dor de um fim de reinado interminável".

Já o líder do partido de extrema-esquerda França Insubmissa, Jean-Luc Mélenchon, rejeitou a nomeação do chefe de governo mais jovem da história do país: "Attal retoma o seu lugar de porta-voz, a função de primeiro-ministro desaparece (...) Desgraça para o povo cujos príncipes são crianças".

A porta-voz do seu partido, Mathilde Panot, descreveu o novo primeiro-ministro como "Macron júnior" e afirmou que Attal partilha a "arrogância e o desprezo" do Presidente.

Na mesma linha, o primeiro secretário do Partido Socialista, Oliver Faure, afirmou que, com esta nomeação, "Macron está a suceder-se a si próprio".

Mais branda foi a direita tradicional, cujo líder, Éric Ciotti, prometeu uma "oposição responsável" ao novo governo, do qual exigiu "ação urgente" e "clareza" para fazer avançar o país.

Ciotti, que parece ser o principal apoiante parlamentar de um executivo que não tem maioria nas duas câmaras do parlamento, apelou ao governo para que abandone as suas dúvidas e assuma um compromisso claro com uma política de direita.

As manifestações de apoio do partido macronista foram constantes, a começar pelo eurodeputado Stéphane Séjourné, parceiro do novo primeiro-ministro e um dos favoritos para encabeçar a lista de candidatos às eleições europeias de junho: "Precisamos do seu talento para manter os nossos compromissos políticos".

O novo chefe de governo, indicado esta manhã por Macron, tomará posse ainda hoje e deverá apresentar a nova composição do executivo.

A nomeação do até agora ministro da Educação Gabriel Attal ocorre depois de, na segunda-feira, a primeira-ministra francesa, Elisabeth Borne, ter apresentado a demissão.

Aos 34 anos, Attal torna-se o mais jovem primeiro-ministro de sempre na história da República Francesa e também o primeiro assumidamente homossexual. Ex-militante socialista, acompanhou Macron quando este criou o seu movimento político (Renascimento) e integra executivos desde 2017, tendo já sido porta-voz e assumido as pastas das Finanças e da Educação.

Leia Também: Borne "confiante" em sucessor, elogia a "determinação e energia" de Attal

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