Israel discute no Cairo nova trégua na Faixa de Gaza e libertação de reféns

Uma delegação israelita discutiu hoje no Cairo uma trégua de 21 a 30 dias na Faixa de Gaza através da troca de reféns detidos pelo grupo islamita Hamas por prisioneiros palestinianos, segundo fontes egípcias citadas pela agência EFE.

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© Amir Levy/Getty Images

Lusa
10/01/2024 20:42 ‧ 10/01/2024 por Lusa

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Israel

As fontes ligadas ao setor da segurança egípcia, que pediram anonimato à agência espanhola, salientaram que as negociações se concentraram na libertação de cerca de 40 reféns civis -- sobretudo idosos, feridos, mulheres e menores -- em troca de centenas de prisioneiros palestinianos e um cessar-fogo na Faixa de Gaza por um período entre 21 e 30 dias.

Durante as conversações, nas quais participou o chefe dos serviços de informações egípcios, Abbas Kamel, também foi discutida "a retirada das unidades do Exército israelita do centro da Faixa de Gaza em direção à fronteira", bem como o aumento da ajuda humanitária no enclave palestiniano.

Além disso, foi levantada a possibilidade do "regresso de uma série de pessoas deslocadas" para o norte da Faixa, depois de mais de 85% dos habitantes terem sido forçados a abandonar as suas casas desde o início da guerra, há três meses, e perante a ameaça de deslocamento forçado da população para fora do território.

As fontes citadas pela EFE indicaram que as negociações concentraram-se nas "características dos prisioneiros palestinianos" que seriam libertados por Israel, ao mesmo tempo que apontaram que todos eles teriam um "perfil discreto".

A ser concluído, este acordo seria seguido por outro para libertar todos os reféns na Faixa de Gaza em troca de mais prisioneiros palestinianos.

Nesta "fase final", segundo as fontes consultadas pela agência EFE, seria negociada a libertação de altos membros do movimento palestiniano Fatah, como Marwan Barghouti, condenado a uma pena de cinco prisões perpétuas em 2004, e do Hamas, como Abdullah al-Barghouti, Hasan Salama, Abbas al-Sayed ou Ibrahim Hamed.

A delegação israelita chegou ao Cairo depois dos esforços de mediação do Egito e do Qatar terem sido interrompidos na sequência do assassínio do "número dois" do gabinete político do Hamas nos arredores de Beirute, na semana passada, num bombardeamento direcionado atribuído a Israel, que, no entanto, nunca assumiu responsabilidades.

No final de novembro, uma trégua de uma semana mediada pelo Egito, Estados Unidos e Qatar permitiu a libertação de 110 reféns na Faixa de Gaza -- 86 israelitas e 24 estrangeiros -- em troca da de 240 prisioneiros palestinianos das prisões israelitas e entrada de ajuda humanitária no enclave palestiniano.

O mais recente conflito entre Israel e o Hamas foi desencadeado pelo ataque sem precedentes do movimento islamita palestiniano em território israelita em 07 de outubro, matando cerca de 1.140 pessoas, na maioria civis, segundo números oficiais de Telavive.

Em retaliação aos ataques de 07 de outubro, Israel, que prometeu eliminar o movimento palestiniano considerado terrorista pela União Europeia e Estados Unidos, lançou uma ofensiva em grande escala na Faixa de Gaza, onde, segundo o governo local, já foram mortas mais de 23 mil pessoas, na maioria mulheres, crianças e adolescentes.

O conflito provocou também cerca de 1,9 milhões de deslocados (cerca de 85% da população da Faixa de Gaza), segundo a ONU, mergulhando o enclave palestiniano sobrepovoado numa grave crise humanitária.

[Notícia atualizada às 21h42]

Leia Também: Acusação contra Israel pode levar anos mas também obriga a "medidas" já

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