Nas últimas horas, os Hutis tomaram conta da atualidade internacional. Após vários avisos, os EUA e o Reino Unido cumpriram e começaram a bombardear alvos relacionados com o grupo rebelde, no Iémen, e estes retaliaram com novos ataques.
Apesar de o conflito se ter intensificado agora, já existe há muitos anos. Os Hutis foram formados para combater a corrupção no Iémen, no entanto, a sua história está intensamente marcada pela luta contra os EUA.
Depois de vários anos em aparente paz, com o início da guerra em Gaza, a 7 de outubro de 2023, os Hutis, que dizem fazer parte do eixo da resistência (Irão, Hamas e Hezbollah) voltaram ao ataque. Não só contra Israel, como contra os EUA e o Ocidente.
Em 19 de novembro, por exemplo, lançaram 27 ataques com drones e mísseis contra navios comerciais, com ligação a Israel, no Mar Vermelho. Ataques esses que aumentaram em 500% entre novembro e dezembro e obrigaram muitas companhias marítimas a abandonarem a região.
Nesta quinta-feira, depois de vários avisos, os EUA e o Reino Unido bombardearam bases militares do grupo rebelde, localizadas em Sanaa, e as províncias de Hodeidah e Dhamar, o que fez escalar ainda mais o conflito. Pelo menos cinco combatentes dos Hutis terão morrido nos ataques.
Ainda no dia de ontem, os Hutis atacaram navios dos EUA e Reino Unido, que estavam no Mar Vermelho, declarando, como escreveu na rede social X (antigo Twitter) o membro do gabinete político dos Hutis, Ali al Quhom, "guerra aberta" ao Ocidente.
"A batalha será maior e vai além da imaginação e das expetativas dos norte-americanos e dos britânicos. É uma guerra aberta", ameaçou, acrescentando que os EUA e o Reino Unido vão "arrepender-se dos ataques" ao Iémen.
Em comunicado, o presidente dos EUA, Joe Biden, explicou que autorizou o ataque conjunto com o Reino Unido e que contou com o apoio da Austrália, Bahrein, Canadá e Países Baixos.
Por sua vez, o primeiro-ministro do Reino Unido, Rishi Sunak, garantiu que os ataques contra as posições dos rebeldes hutis no Iémen foram "limitados, necessários e proporcionais" e em retaliação pelas ofensivas contra navios no mar Vermelho.
Perante a escalada do conflito, a Arábia Saudita pediu contenção e a Rússia uma reunião do Conselho de Segurança da ONU.
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