Em abril a Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), da qual Portugal é um dos 12 países fundadores, comemora 75 anos e ao longo do ano vai realizar os maiores exercícios das últimas décadas, com a participação dos 31 Estados-membros - incluindo a Finlândia, o último país a aderir - para colocar em marcha os planos de Defesa acordados durante 2023 e para fazer uma demonstração de força à Rússia, que ameaça as fronteiras de uma parte dos Estados-membros com a invasão à Ucrânia, há dois anos - país que também quer aderir à NATO.
A notícia foi avançada à agência noticiosa Europa Press e coincide com o anúncio, feito hoje pelo Reino Unido, de enviar 20.000 militares para o Leste do território europeu.
A próxima grande missão da Aliança Atlântica é a "Steadfast Defender", prevista para a primeira metade do ano, e fontes da NATO apelidaram o exercício de uma simulação de uma guerra contra a Rússia.
Em simultâneo, os países da NATO querem demonstrar unidade, numa altura em que essa noção é ameaçada pelas eleições norte-americanas, previstas para novembro, e posições dissonantes em relação ao apoio à intervenção militar de Israel (que não faz parte da NATO) no território palestiniano.
Será também um ano de transição com a saída de Jens Stoltenberg, antigo primeiro-ministro norueguês, do cargo de secretário-geral da NATO.
Uma eventual reeleição do republicano Donald Trump pode também diminuir a força da organização, já que o antigo Presidente dos Estados Unidos da América ameaçou durante o seu mandato abandonar a Aliança Atlântica e tem posições dúbias no relacionamento com Moscovo, numa altura em que os 31 países da NATO querem mostrar que apoiam inequivocamente a Ucrânia na defesa contra a invasão que começou há praticamente dois anos.
Até hoje, só Londres anunciou o contingente que vai enviar para o "Steadfast Defender", mas os restantes Estados-membros deverão fazê-lo ao longo das próximas semanas.
Na cimeira, prevista para julho, em Washington, os 31 Estados-membros deverão acordar mais um aumento na despesa em Defesa, que há anos tem vindo a ser pedida pela organização sediada em Bruxelas e cujos apelos aumentaram com a invasão da Ucrânia, o agravamento das tensões no Médio Oriente e a influência crescente da Rússia e da China, por exemplo, em África.
Leia Também: Reino Unido vai enviar 20 mil militares para exercício da NATO na Europa