"No quadro da recuperação económica, posso dizer que atingimos três dos 12 objetivos que estabelecemos (...) O primeiro objetivo, foi a desaceleração e o controlo da inflação. O segundo, a consolidação do equilíbrio cambiário [da taxa de câmbio], e o terceiro objetivo cumprido, o crescimento real e tangível da economia petrolífera e não petrolífera", disse.
Segundo o Banco Central da Venezuela, em 2023 a inflação local foi de 189,8%, inferior aos 234% registados em 2022.
Nicolás Maduro falava na Assembleia Nacional durante o ato anual de apresentação de "memória e contas" correspondente ao ano de 2023, onde insistiu que, apesar das sanções internacionais, a Venezuela regista dez trimestres consecutivos de crescimento económico de 5%.
O Presidente da Venezuela explicou que controlar a inflação foi "a tarefa prioritária e a mais difícil" de 2023, sublinhando, no entanto, que foi possível uma redução de 33% em comparação com 2022 e que este mês a projeção é de que "registará o valor mensal mais baixo em mais de uma década e meia.
"Uma inflação anualizada de dois dígitos é a meta que temos que cumprir este ano, para dominar este flagelo", disse.
Explicou que a atividade petrolífera venezuelana "cresceu 12,99% no terceiro trimestre de 2023, com um aumento de 14,5% da extração de petróleo e gás natural, gerando um aumento das exportações petrolíferas de 60,46%".
Segundo Maduro, a empresa estatal Petróleos da Venezuela SA (PDVSA) conseguiu superar as adversidades criadas pelas sanções internacionais e "por máfias que passaram por várias administrações", terminando 2023 "com um ingresso de 6.230 milhões de dólares [aproximadamente 6.690 milhões de euros]".
O governante referiu que o setor agrícola registou um crescimento de 5,5% em 2023, atingindo 19 milhões de toneladas métricas. Também a criação de gado cresceu 3,9%, chegando a 29 milhões de cabeças de gado bovino, ovino, caprino e bufalino.
"A produção de carnes vermelhas foi fortalecida com o crescimento do rebanho de búfalos, que chegou a 3.768.034 animais em 2023, o que resulta não só no consumo de carne vermelha per capita, mas também na produção de queijos, o que nos torna o segundo maior produtor desse item na América Latina", frisou.
Maduro precisou que a Venezuela conseguiu produzir e garantir soberania alimentar em café, plátanos, mandioca, queijo branco, leite líquida completa, cenoura, pimentão, abóbora, banana, ananás, papaia, goiaba, laranja, melão, melancia, batatas, cebolas, peixe fresco, tomates, carne bovina, frango e porco.
Durante a apresentação, Nicolás Maduro explicou que a Venezuela projeta um crescimento de 8% do PIB em 2024 e que o seu Governo continuará a diversificar a economia local, para a tornar cada vez menos dependente do rentismo petrolífero.
Também que impulsará a exportação de produtos químicos, alimentos, bebidas, tabaco e metais, sublinhando que em 2023 os produtos não petrolíferos representam 750 milhões de dólares [692 milhões de euros] em exportações.
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