"O genocídio que está a ocorrer não se deve apenas aos bombardeamentos, mas também ao lento sofrimento e morte causados pela prolongada ocupação, bloqueio e destruição por parte de Israel", destacaram estes especialistas da ONU, em comunicado.
"Israel não está apenas a causar danos irreparáveis com os seus bombardeamentos indiscriminados, mas também a causar doenças, subnutrição, desidratação e fome através da destruição de infraestruturas civis", sublinharam os relatores.
Estes especialistas recordaram também que 80% da população mundial que corre risco de fome catastrófica está em Gaza, e que neste enclave palestiniano um quarto da população já sofre com isso, perante os graves problemas para encontrar alimentos e água potável.
"Além disso, todas as 335 mil crianças de Gaza com menos de 5 anos correm o risco de desnutrição grave, pelo que uma geração inteira poderá sofrer de problemas de crescimento", alertaram ainda.
"Fazer com que toda uma população civil passe fome desta forma não tem precedentes. Israel está a destruir o sistema alimentar de Gaza e a usar os alimentos como arma contra o povo palestiniano", acrescentaram.
Os especialistas vincaram ainda, na mesma nota, que 22% dos campos agrícolas em Gaza foram destruídos pelas forças israelitas, bem como 70% da frota pesqueira do enclave.
Entre os signatários da declaração estão os relatores da ONU para a Palestina (Francesca Albanese), para o direito à água potável (Pedro Arrojo) e para os direitos dos deslocados internos (Paula Gaviria).
O conflito em curso entre Israel e o Hamas foi desencadeado pelo ataque do movimento islamita palestiniano em território israelita em 07 de outubro de 2023.
Nesse dia, cerca de 1.140 pessoas foram mortas, na sua maioria civis, mas também perto de 400 militares, segundo os últimos números oficiais israelitas.
Cerca de 240 civis e militares foram sequestrados, com Israel a indicar que mais de 100 permanecem na Faixa de Gaza.
Em retaliação, os bombardeamentos israelitas na Faixa de Gaza já mataram mais de 24 mil pessoas -- na maioria mulheres, crianças e adolescentes -- e fizeram mais de 60 mil feridos, também maioritariamente civis, segundo as autoridades do enclave palestiniano.
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