"Presidência Trump pode ser uma grande vitória para o mundo"

Boris Johnson defendeu que o mundo precisa de um líder "cuja vontade de usar a força e a pura imprevisibilidade seja um grande dissuasor para os inimigos do Ocidente".

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© PETER NICHOLLS/POOL/AFP/AFP via Getty Images

Notícias ao Minuto
19/01/2024 23:49 ‧ 19/01/2024 por Notícias ao Minuto

Mundo

Boris Johnson

O antigo primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, considerou, esta sexta-feira, que a vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais norte-americanas de novembro pode ser "exatamente o que o mundo precisa".

"Todos temos de crescer e habituarmo-nos a esta perspetiva", escreveu Boris Johnson na sua coluna semanal no Daily Mail. "Se ele fizer a coisa certa e apoiar os ucranianos - e acredito que o fará - uma presidência Trump pode ser uma grande vitória para o mundo."

Donald Trump já elogiou em diversas ocasiões o presidente russo, Vladimir Putin, e chegou mesmo a afirmar, em maio de 2023, poderia resolver a guerra na Ucrânia num dia se fosse eleito, salientando que o processo de negociação seria "muito fácil".

Também já criticou o envio de armamento para o país invadido pela Rússia e defendeu que não se compromete com o envio de mais apoio a Kyiv na sua luta contra a invasão russa iniciada em fevereiro de 2022.

No entanto, para Boris Johnson, o mundo precisa de um líder "cuja vontade de usar a força e a pura imprevisibilidade seja um grande dissuasor para os inimigos do Ocidente".

"Por isso, digam o que disserem sobre o presidente Trump, não acredito que ele queira ficar na história como o presidente que abandonou um país que já ajudou a manter livre", acrescentou o antigo governante britânico, referindo-se ao facto de o ex-presidente norte-americano ter enviado "armas anti-tanque" para a Ucrânia em 2018.

"Por isso, a todos os meus amigos anti-Trump, digo: acalmem-se, amigos. Quanto mais se agitarem e se preocuparem, mais determinados ficarão os seus apoiantes - e uma vitória de Trump continuará a migrar da possibilidade para a probabilidade e para a certeza absoluta", acrescentou.

Sublinhe-se que a Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e "desnazificar" o país vizinho, independente desde 1991, após a desagregação da antiga União Soviética, e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.

A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, mas não conheceu avanços significativos no teatro de operações nos últimos meses, mantendo-se os dois beligerantes irredutíveis nas suas posições territoriais e sem abertura para cedências negociais.

As últimas semanas foram marcadas por ataques aéreos em grande escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas, enquanto as forças de Kyiv têm visado alvos em território russo próximos da fronteira e na península da Crimeia, ilegalmente anexada em 2014.

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