"É triste e dececionante que a reunião do Conselho dos ministros dos Negócios Estrangeiros de hoje tenha apresentado uma proposta, por parte do Serviço Europeu de Ação Externa, de assegurar milhares de milhões de euros para novos transportes de armas à Ucrânia", referiu em Bruxelas o chefe da diplomacia de Budapeste, Péter Szijjártó, que participou na reunião.
O ministro húngaro assinalou que para o seu país é "absolutamente inaceitável" que a UE aumente o seu fornecimento de armas dirigidas a Kiev, mas recordou que a proposta hoje apresentada é "mais branda" que a anterior, que tinha assegurado cinco mil milhões de euros anuais durante quatro anos para esse objetivo.
"A atual proposta é um pouco mais branda e propõe a criação de um fundo especial de cinco mil milhões de euros para o próximo ano, no âmbito do Fundo Europeu de Apoio à Paz, com contribuições dos países comunitários", disse.
De acordo com os planos, este orçamento anual será prolongado anualmente, explicou o ministro, assegurando que a Hungria não participará nesse projeto.
"Não podemos nem queremos impedir que os restantes países enviem armas, mas não assumiremos qualquer despesa com esse fundo", acrescentou Szijjártó.
O Governo do soberanista Viktor Orbán tem sido apontado como o maior aliado da Rússia no interior da UE.
Nos últimos anos as relações políticas com a Ucrânia deterioraram-se progressivamente, com Kiev a acusar Budapeste de apoiar os interesses russos enquanto a Hungria responsabilizada o país vizinho de desrespeito pelos direitos das minorias étnicas, incluindo a magiar.
Na próxima segunda-feira está previsto um encontro em Uzhgorod (Ucrânia) entre Szijjártó e o seu homólogo ucraniano Dmytro Kuleba para abordar temas bilaterais e um eventual futuro encontro entre Orbán e o Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky.
A ofensiva militar russa no território ucraniano, desencadeada em 24 de fevereiro de 2022, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Os aliados ocidentais da Ucrânia têm fornecido armas a Kiev e aprovado sucessivos pacotes de sanções contra interesses russos para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra.
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