"Mais de 200 locais diferentes foram atingidos, incluindo 139 edifícios residenciais... 130 pessoas ficaram feridas, todas estão a receber a ajuda necessária. Infelizmente, 18 pessoas morreram", destacou Zelensky, através da rede social Telegram, indicando que o número pode aumentar.
A Procuradoria-Geral já tinha relatado 19 mortes e 120 feridos, incluindo quinze mortos apenas na região de Kharkiv, no leste da Ucrânia.
Nas últimas semanas, Kyiv e Moscovo acusaram-se mutuamente de aumentar os ataques em áreas civis, por vezes com pesadas perdas, enquanto a situação na linha da frente está quase 'congelada'.
Em Kharkiv, hoje de manhã, os serviços de emergência retiraram habitantes feridos, alguns dos quais tinham os rostos ensanguentados, observou um fotógrafo da agência France-Presse (AFP).
Os bombeiros lutaram contra as chamas nos escombros de um prédio afetado, enquanto uma equipe de resgate tentava encontrar sobreviventes.
Em Kyiv, segundo o Ministério do Interior, um edifício e veículos arderam no distrito de Sviatochynski. Neste mesmo bairro, a ogiva não detonada de um míssil foi encontrada num apartamento.
De acordo com o Comandante-em-Chefe do Exército ucraniano, Valery Zaluzhny, a Rússia atacou a Ucrânia com 41 mísseis, dos quais 21 foram abatidos.
A Ucrânia exige urgentemente mais recursos de defesa aérea aos seus aliados ocidentais e estabeleceu como objetivo recuperar o controlo dos céus do seu território durante 2024.
Numa entrevista aos meios de comunicação alemães, o chefe da diplomacia ucraniana, Dmytro Kuleba, criticou o fornecimento insuficiente de munições de artilharia e mísseis antiaéreos por parte dos seus aliados ocidentais.
Em Washington, a secretária do Tesouro norte-americana, Janet Yellen, reafirmou num comunicado de imprensa o apoio inabalável dos Estados Unidos a Kyiv.
"Uma Ucrânia bem-sucedida demonstrará a determinação dos Estados Unidos e dos seus parceiros em defender a soberania territorial e as liberdades fundamentais dos países democráticos face à agressão autoritária", acrescentou no comunicado.
A Ucrânia também aumentou os seus próprios ataques com mísseis e 'drones' em território russo neste inverno, visando em particular a cidade de Belgorod.
A Duma, a câmara baixa do Parlamento russo, anunciou que votou na terça-feira um texto a apelar à ONU e aos parlamentos de todo o mundo relativamente aos "ataques criminosos" da Ucrânia contra civis em território russo.
Moscovo também negou mais uma vez ter atingido hoje civis nos ataques, alegando, como sempre durante dois anos, ter atingido apenas alvos militares.
A diplomacia francesa acusou Moscovo de atacar deliberadamente infraestruturas civis.
A missão de acompanhamento dos Direitos Humanos da ONU na Ucrânia (HRMMU) adiantou que registou danos causados pelos ataques numa escola, um jardim-de-infância e áreas residenciais, como em Kharkiv, onde um prédio de cinco andares parecia ter sido danificado "por vários mísseis".
A ofensiva militar russa no território ucraniano, desencadeada em 24 de fevereiro de 2022, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Os aliados ocidentais da Ucrânia têm fornecido armas a Kyiv e aprovado sucessivos pacotes de sanções contra interesses russos para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra.
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