A modelo Carolina Shiino, de 26 anos, nasceu na Ucrânia e foi coroada, na noite de segunda-feira, Miss Japão, uma decisão que, segundo a BBC, está a reacender o debate sobre o que é ser japonês.
"Houve barreiras raciais e foi um desafio ser aceite como japonesa", afirmou em lágrimas Carolina Shiino, no seu discurso de vitória.
A jovem nasceu na Ucrânia e mudou-se para o Japão com a família aos cinco anos. Foi criada na cidade de Nagoya, na província de Aichi, e é a primeira cidadã japonesa radicada a vencer o concurso.
No entanto, se há quem considere que a sua vitória é um "sinal dos tempos", também há quem ache que Carolina Shiino não tem a aparência de uma Miss Japão.
"Esta pessoa que foi escolhida como Miss Japão nem sequer é uma mistura com japoneses, mas sim 100% ucraniana pura. É verdade que ela é bonita, mas esta é a 'Miss Japão'. Onde está a japonesidade?", afirmou um utilizador da rede social X (antigo Twitter), citado pela BBC.
"Se ela fosse metade [japonesa], claro que não havia problema. Mas ela é etnicamente 0% japonesa e nem sequer nasceu no Japão", atirou outro.
"Penso que os japoneses entendem naturalmente a mensagem errada quando uma pessoa de aspeto europeu é considerada a japonesa mais bonita", lê-se ainda na mesma rede social.
Carolina Shiino, a naturalized Japanese citizen who was born in Ukraine and has lived in Japan since she was 5 years old, won the 56th annual Miss Japan pageant yesterday. pic.twitter.com/a6UIAEsOvc
— Jeffrey J. Hall 🇯🇵🇺🇸 (@mrjeffu) January 23, 2024
Há também quem considere que a escolha foi uma "decisão política". "Se ela tivesse nascido russa, não teria ganho. Nem pensar. É óbvio que o critério é agora uma decisão política. Que dia triste para o Japão", afirmou um internauta.
No entanto, Ai Wada, organizadora do concurso Miss Japão Grand Prix, defendeu a escolha de Carolina Shiino e frisou: "Ela fala e escreve num japonês bonito e educado. É mais japonesa do que nós".
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