Israel acredita que TIJ rejeitará acusações "espúrias e enganosas"

O Governo israelita manifestou-se hoje convicto que o Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) rejeitará na sexta-feira as acusações "espúrias e enganosas" da África do Sul, que acusou Israel de genocídio contra os palestinianos.

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© Alexi J. Rosenfeld/Getty Images

Lusa
25/01/2024 15:52 ‧ 25/01/2024 por Lusa

Mundo

Eylon Levy

"Esperamos que o TIJ rejeite estas acusações espúrias e enganosas", afirmou hoje Eylon Levy, porta-voz do Governo israelita, na conferência de imprensa diária.

O tribunal, instituição da ONU sediada em Haia, reúne-se na sexta-feira para decidir sobre as medidas cautelares solicitadas pelos sul-africanos e que obrigam Israel a um cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza, uma medida que Telavive não tenciona respeitar por "não ter fundamento", acrescentou Levy.

Numa sessão pública ao início da tarde, o TIJ anunciará se dá provimento ao pedido sobre as medidas cautelares, enquanto decorre o processo interposto pela África do Sul no final de dezembro para acusar Israel de "intenções genocidas" face à ofensiva lançada contra os palestinianos da Faixa de Gaza.

Na sua queixa, a África do Sul argumentou sobre a necessidade de medidas para "proteger contra danos mais graves e irreparáveis do povo palestiniano no âmbito da Convenção sobre o Genocídio" e acusou Israel de ter um "padrão genocida" nas suas políticas.

À lista de acusações, a África do Sul juntou ainda assassinatos em massa, transferências forçadas e linguagem de desumanização, o que foi recusado por Israel, que qualificou a sua investida em Gaza como um "direito inerente de defesa dos seus cidadãos" do Hamas.

Os israelitas alertaram ainda que as medidas cautelares vão impedir o resgate dos reféns, além de culpar a África do Sul de apresentar um "quadro factual e jurídico profundamente distorcido" perante o TIJ.

Os media de Israel têm noticiado que hoje à tarde haverá uma reunião entre o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, os ministros da Justiça e dos Assuntos Estratégicos, Yariv Levin e Ron Dermer, respetivamente, a procuradora-geral, Gali Baharav-Miara, e com o chefe do Conselho de Segurança Nacional, Tzachi Hanegbi, para analisar possíveis ações de Israel em resposta à decisão judicial.

O mais recente conflito entre Israel e o Hamas foi desencadeado pelo ataque sem precedentes do movimento islamita palestiniano em território israelita, matando cerca de 1.140 pessoas, na maioria civis, e levando mais de 200 reféns, segundo números oficiais de Telavive.

Em retaliação, Israel, que prometeu eliminar o movimento islamita palestiniano considerado terrorista pela União Europeia e Estados Unidos, lançou uma ofensiva em grande escala na Faixa de Gaza, onde, segundo as autoridades locais tuteladas pelo Hamas, já foram mortas mais de 25.000 pessoas -- na maioria mulheres, crianças e adolescentes.

O conflito provocou também cerca de 1,9 milhões de deslocados (cerca de 85% da população), segundo a ONU, mergulhando o enclave palestiniano sobrepovoado e pobre numa grave crise humanitária.

Leia Também: Indianos concorrem a empregos em Israel apesar da guerra com Hamas

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