O parlamento turco ratificou na terça-feira a entrada da Suécia na NATO, marcando o fim de 20 meses de negociações entre Ancara e Estocolmo.
A ratificação da candidatura sueca à Aliança Atlântica, que agora apenas necessita de luz verde da Hungria, do total de 31 aliados, foi aprovada por uma ampla maioria de 287 votos a favor, 55 contra e quatro abstenções.
A Turquia mantinha resistências à adesão da Suécia, alegando que as suas autoridades não tomavam medidas suficientes contra militantes de movimentos curdos residentes no país.
A Suécia anunciou a sua candidatura à NATO em maio de 2022, ao mesmo tempo da Finlândia, que foi admitida na organização em abril passado.
Na sequência da invasão da Ucrânia pela Rússia, iniciada em 24 de fevereiro de 2022, os dois países vizinhos romperam com décadas de neutralidade após a Segunda Guerra Mundial e a política de não-alinhamento militar desde o fim da Guerra Fria.
Para satisfazer as exigências de Ancara, a Suécia teve de rever a sua Constituição e adotar uma nova lei antiterrorista.
A Turquia acusava o país nórdico de tolerância com os militantes curdos que se tinham refugiado no seu território, alguns dos quais considerados terroristas por Ancara.
Para atender à pretensão sueca, o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, acrescentou às exigências, no início de dezembro, a aprovação simultânea pelo Congresso norte-americano da venda de aviões de combate F-16 para a força aérea do seu país, o que atrasou ainda mais a aprovação do parlamento.
Ancara também exigiu que o Canadá autorizasse a venda à Turquia de um componente ótico utilizado na fabricação de 'drones' de combate.
No dia da aprovação turca, o primeiro-ministro sueco, Ulf Kristersson, sublinhou que o seu país está mais perto de ser membro da NATO de "pleno direito" e saudou o parlamento de Ancara.
O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, afirmou que a entrada da Suécia tornará a Aliança Atlântica "mais forte", e o secretário de Estado norte-americano expressou-se no mesmo sentido, esperando que a organização fique "mais forte e mais unida do que nunca".
O último passo antes da entrada da Suécia na NATO terá agora lugar na Hungria, o único outro país da Aliança Atlântica que manteve laços estreitos com Moscovo após a invasão da Ucrânia.
Budapeste deu o seu apoio de princípio à entrada da Suécia, mas o acordo final arrasta-se há meses, apelando a Estocolmo para que pare com a sua política de "difamação" em relação ao Governo húngaro, acusado de deriva autoritária.
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