Ex-chefe dos serviços secretos investigado por espionagem no Brasil

Em causa está uma investigação policial de um grupo de "crime organizado" dentro do serviço de informações para monitorizar adversários da família Bolsonaro e proteger os filhos do então presidente de investigações.

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© Andressa Anholete/Getty Images

Notícias ao Minuto
26/01/2024 10:49 ‧ 26/01/2024 por Notícias ao Minuto

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A Polícia Federal do Brasil está a investigar o ex-chefe da agência de inteligência do país como parte de uma ação sobre a alegada espionagem de opositores políticos durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Alexandre Ramagem foi um dos visados pelos 21 mandados de busca que a polícia cumpriu na manhã de quinta-feira, disse uma fonte oficial sob anonimato, citado pela Associated Press (AP).

Ramagem não terá comentado publicamente o caso.

A polícia está a investigar um grupo de "crime organizado" dentro do serviço de informações, conhecido por ABIN, para monitorizar adversários da família Bolsonaro e proteger os filhos do então presidente de investigações, de acordo com informações divulgadas pela polícia através de um comunicado.

A AP adianta que a nota refere que o grupo "utilizava ferramentas e serviços da agência de inteligência do Estado para ações ilícitas, produzindo informações para uso político e mediático, para obter benefícios pessoais e interferir nas investigações policiais".

Membros da Agência Brasileira de Inteligência são suspeitos de usar tecnologia de espionagem para rastrear telemóveis sem autorização judicial, segundo a polícia, tendo sido detidas duas pessoas e cumpridos 25 mandados de busca.

De recordar que, segundo o G1, Ramagem entrou para a Polícia Federal como delegado em 2005 e chefiou a equipa de segurança de Jair Bolsonaro na campanha eleitoral de 2018, depois do atentado ao ex-presidente brasileiro em Juiz de Fora, Minas Gerais. A partir daí, ter-se-á tornado amigo próximo da família de Bolsonaro.

O portal brasileiro destaca que Ramagem chegou a ser nomeado para chefiar a PF, mas foi impedido de assumir o cargo por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF).

Entretanto, foi nomeado para dirigir a ABIN em maio de 2019, tendo sido exonerado do cargo a 30 de abril de 2022, altura em que saiu para disputar a eleição para a Câmara dos Deputados.

O ex-chefe da agência de inteligência é atualmente deputado federal e pré-candidato a autarca do Rio de Janeiro, cujas eleições estão marcadas para outubro.

Leia Também: PF brasileira suspeita que 'secretas' favoreceram filhos de Bolsonaro

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