"De acordo com os sinceros e bons desejos da liderança paquistanesa, estou a caminho de Teerão", anunciou o embaixador paquistanês, Muhammad Mudassir, nas redes sociais.
"É altura de seguir em frente. É tempo de virar a página", acrescentou, citado pela agência espanhola EFE.
A escalada de tensões foi provocada por um bombardeamento iraniano de posições suspeitas de insurreição em solo paquistanês, ao qual Islamabade respondeu com outro ataque aéreo perto da fronteira.
O Paquistão chamou o embaixador no Irão para consultas em 17 de fevereiro, no mesmo dia em que Teerão afirmou ter bombardeado instalações no Paquistão pertencentes a um grupo sunita que descreve como terrorista, Yeish al Adl.
Duas crianças foram mortas nos atentados, segundo as autoridades paquistanesas, que exigiram a retirada do representante iraniano em Islamabade.
Em represália ao atentado, o exército paquistanês afirmou ter atacado no dia seguinte os esconderijos de dois grupos separatistas paquistaneses no Irão, o Exército de Libertação do Balochistão (BLA) e a Frente de Libertação do Baloch (BLF).
Teerão condenou o atentado, que terá feito 10 mortos, e apelou para o estabelecimento de relações "fraternas e amigáveis" com o Paquistão, numa tentativa de desanuviar a situação de tensão.
Os dois governos deram um passo rápido no sentido do desanuviamento na segunda-feira, quando anunciaram que o ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Hossein Amir Abdollahian, visitaria o Paquistão em 29 de janeiro.
Concordaram igualmente no regresso dos respetivos embaixadores a Islamabade e Teerão a partir de hoje.
"A chegada do embaixador iraniano a Islamabade está prevista para hoje, após o que retomará o posto", disse hoje uma fonte diplomática paquistanesa à EFE, sob a condição de não ser identificada.
"Não podemos confirmar exatamente a que horas chegará a Islamabade, mas chegará hoje", acrescentou.
As autoridades iranianas ainda não divulgaram qualquer informação oficial sobre o regresso do diplomata à capital paquistanesa.
Os atentados iranianos e paquistaneses tiveram como alvo a volátil região do Balochistão, que atravessa o Paquistão, o Irão e o Afeganistão e é refúgio de vários grupos armados.
O Paquistão e o Irão acusaram-se mutuamente no passado de não fazerem o suficiente para travar a atividade dos grupos insurrectos que operam através da fronteira.
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