Kyiv denuncia execução de cinco militares pelos russos em Donetsk

As autoridades ucranianas denunciaram hoje a execução de cinco soldados ucranianos capturados pelas forças russas perto de Pokrovsk, na região de Donetsk, no leste do país.

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Lusa
26/11/2024 23:46 ‧ há 1 hora por Lusa

Mundo

Ucrânia/Rússia

O gabinete do procurador daquela região do leste da Ucrânia abriu uma investigação preliminar sobre a possível prática de crimes de guerra, revelou em comunicado.

 

Os acontecimentos ocorreram em 13 de novembro, quando as forças russas atacaram posições de tropas ucranianas na cidade de Petrivka.

Cinco soldados ucranianos refugiaram-se depois de se retirarem para uma casa particular, que passado algum tempo foi cercada pelo inimigo.

Os soldados russos obrigaram-nos a sair e a deitar-se no chão e depois dispararam sobre eles com armas semiautomáticas, segundo o procurador.

Já no início do mês a justiça ucraniana tinha anunciado que estava a investigar a alegada execução de seis dos seus soldados após a sua captura no leste do seu território pelas forças russas.

As autoridades ucranianas afirmaram no final de outubro ter informações sobre a execução por parte dos soldados russos de mais de uma centena de prisioneiros de guerra, na maioria dos casos recentemente.

A Ucrânia e a Rússia acusaram-se repetidamente de matar prisioneiros de guerra desde o início da invasão russa, lançada em fevereiro de 2022.

O Gabinete do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos afirma ter "documentado numerosas violações do direito internacional humanitário contra prisioneiros de guerra, incluindo casos de execuções sumárias de prisioneiros de guerra russos e ucranianos".

A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e "desnazificar" o país vizinho, independente desde 1991 - após o desmoronamento da União Soviética - e que tem vindo a afastar-se da esfera de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.

A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, e os últimos meses foram marcados por ataques aéreos em grande escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas, ao passo que as forças de Kiev têm visado alvos em território russo próximos da fronteira e na península da Crimeia, ilegalmente anexada em 2014.

A entrar no terceiro ano de guerra, as Forças Armadas ucranianas confrontaram-se com falta de soldados e de armamento e munições, apesar das reiteradas promessas de ajuda dos aliados ocidentais, que começaram entretanto a concretizar-se.

As tropas russas, mais numerosas e mais bem equipadas, prosseguem o seu avanço na frente oriental, apesar da ofensiva ucraniana na Rússia, na região de Kursk.

As negociações entre as duas partes estão completamente bloqueadas desde a primavera de 2022, com Moscovo a continuar a exigir que a Ucrânia aceite a anexação de uma parte do seu território.

Leia Também: Autoridades russas ensinam nas escolas proteção de ataques da Ucrânia

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