Execução com gás nitrogénio? "Muito preocupante para a Casa Branca"

O Alabama tentou executar Smith em novembro de 2022, mas não foi possível inserir as injeções intravenosas. No âmbito de um acordo de confissão subsequente, o estado comprometeu-se a nunca mais tentar matar Smith por injeção letal. A região foi a primeira a desenvolver uma alternativa às injeções letais.

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Notícias ao Minuto
26/01/2024 21:33 ‧ 26/01/2024 por Notícias ao Minuto

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A Casa Branca referiu que estava “profundamente perturbada” depois da execução de um recluso com com recurso a gás nitrogénio, um método utilizado pela primeira vez no país e alvo de críticas internacionais. 

“As notícias sobre Kenneth Smith e a sua morte ontem à noite são obviamente muito preocupantes. É muito preocupante para nós, enquanto administração, é muito preocupante para nós aqui na Casa Branca", afirmou a porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre.

A responsável salientou ainda a preocupação do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, dizendo que este tem vindo a “demonstrar ao longo do tempo preocupações” em relação à forma como a pena de morte é implementada “e a forma como é consistente com os valores” do país.

Smith, condenado à morte por ter assassinado uma mulher por encomenda em 1988, foi declarado morto às 20h25 de quinta-feira (02h25 de hoje em Lisboa) depois de inalar gás nitrogénio através de uma máscara e ficar sem oxigénio.

O Supremo Tribunal dos Estados Unidos autorizou na quarta-feira a execução com gás nitrogénio, perante críticas internacionais para que as autoridades norte-americanas interviessem a tempo.

Kenneth Eugene Smith, de 58 anos, travou uma batalha legal para impedir a execução por este método nunca antes testado, alegando que estava a ser tratado como uma cobaia. No entanto, o Supremo Tribunal recusou dar provimento aos argumentos de Smith.

A Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Ravina Shamdasani, afirmou estar "seriamente preocupada" com a utilização deste novo método e apelou ao estado do Alabama para suspender a execução e abster-se "de efetuar mais execuções deste tipo".

A organização não governamental de defesa dos direitos humanos Amnistia Internacional advertiu que "este novo método não testado pode ser extremamente doloroso" para o preso, "em violação dos tratados internacionais de direitos humanos que os Estados Unidos ratificaram".

O estado do Alabama, que trabalha há anos num protocolo para aplicar a pena de morte com esta nova técnica de asfixia por azoto, argumentou em tribunal que se trata do "método de execução mais indolor e humano que se conhece".

Aos condenados é colocada uma máscara que substitui o oxigénio por gás nitrogénio, o que, em teoria, provocará a morte em poucos minutos.

Mas este argumento não convenceu a defesa de Smith, que, depois de um juiz federal ter dado luz verde à execução na semana passada, interpôs recursos.

O Alabama é o primeiro estado a desenvolver uma alternativa às injeções letais - o método mais comum nas últimas décadas -, dada a dificuldade para adquirir os medicamentos nos últimos anos, devido à recusa das empresas farmacêuticas em utilizá-los para este fim.

O Alabama tentou executar Smith em novembro de 2022, mas não foi possível inserir as injeções intravenosas. No âmbito de um acordo de confissão subsequente, o Alabama comprometeu-se a nunca mais tentar matar Smith por injeção letal.

Leia Também: Republicanos consideram declarar Trump candidato 'virtual' à Casa Branca

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