Diplomacia argentina confirma saída de ministro da Infraestrutura
A chefe da diplomacia argentina, Diana Mondino, confirmou sexta-feira a renúncia do ministro da Infraestrutura, Guillermo Ferraro, acrescentando que essa pasta será absorvida pela Economia devido a uma "redução de custos".
© Santi Carneri/Bloomberg via Getty Images
Mundo Argentina
Esta confirmação foi feita depois de um silêncio por parte do restante executivo do Presidente ultraliberal Javier Milei, incluindo dos porta-vozes oficiais, noticiou a agência Efe.
"É uma questão de redução de custos. Precisamos de coordenação e que a famosa frase 'não há dinheiro' fique muito clara em todos os casos", realçou Mondino em declarações aos jornalistas à saída do Museu do Holocausto, onde participou, juntamente com Javier Milei, num evento comemorativo do Dia Internacional das Vítimas do Holocausto.
A responsável pelos Negócios Estrangeiros confirmou que as áreas dos Transportes, Obras Públicas e Habitação e Telecomunicações, que eram independentes na anterior administração e que foram fundidas na pasta das Infraestruturas com o Executivo Milei, passarão para as mãos do titular da Economia, Luis Caputo.
Mondino considerou necessário coordenar, do ponto de vista económico, "todas as ações" do Governo, mas negou conhecer a razão pela qual o Executivo pediu a demissão de Ferraro.
"Tentamos ter cuidado porque pode haver algum tipo de má interpretação ou deturpação, mas pior é não falar", sublinhou.
De acordo com os 'media' argentinos, a razão é que alegadamente Ferraro revelou declarações do chefe de Estado, nas quais garantiu que deixaria "sem um tostão" e "destruiria todos [os governantes]" por não pressionarem os seus deputados a apoiarem, no Congresso, a lei de "bases e pontos de partida para a liberdade dos argentinos", conhecido como 'lei omnibus', promovido pelo executivo.
Sobre estas alegações, Mondino negou que Milei tenha dito isso, uma vez que a chefe da diplomacia argentina participou na mesma reunião do Governo.
Ferraro fez parte do núcleo duro do libertarianismo e foi responsável pela coordenação nacional da fiscalização do partido nas eleições gerais de 22 de outubro - nas quais o líder mais votado foi o então ministro da Economia, Sergio Massa - e na segunda volta das eleições em 19 de novembro, que marcou a vitória de Milei.
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