Ucrânia afirma não haver provas que confirmem que tenha abatido o avião

As autoridades ucranianas afirmaram que a Rússia não apresentou provas credíveis que sustentem as alegações de que Kyiv tenha abatido um avião de transporte militar com prisioneiros de guerra ucranianos para serem trocados.

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© Russian Investigative Committee / Handout/Anadolu via Getty Images

Lusa
27/01/2024 17:24 ‧ 27/01/2024 por Lusa

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Avião

Citada pela Associated Press (AP), a agência ucraniana responsável pela troca de prisioneiros disse na sexta-feira que as autoridades russas lhe tinham fornecido "com grande atraso" uma lista dos 65 ucranianos que Moscovo disse terem morrido no acidente de avião na região russa de Belgorod, na quarta-feira.

A equipa de coordenação ucraniana para lidar com os prisioneiros de guerra afirmou que os familiares desses prisioneiros não os conseguiram identificar nas fotografias do local do acidente fornecidas pelas autoridades russas.

A agência ucraniana em causa citou o chefe dos serviços secretos militares ucranianos, o tenente-coronel Kyrylo Budanov, dizendo que Kyiv não tinha informações verificáveis sobre quem estava no avião, de acordo com a AP.

O Ministério da Defesa russo tinha dito na quarta-feira que mísseis disparados do outro lado da fronteira derrubaram o avião de transporte que levava os prisioneiros de guerra de volta à Ucrânia.

As autoridades locais de Belgorod, que faz fronteira com a Ucrânia, disseram que o acidente matou todas as 74 pessoas a bordo, incluindo seis membros da tripulação e três militares russos.

"Atualmente, não temos provas de que pudesse haver tantas pessoas a bordo do avião. A alegação da propaganda russa de que o avião IL-76 transportava 65 prisioneiros de guerra ucranianos para uma troca de prisioneiros continua a levantar muitas questões", disse Budanov, citado pela AP.

Na quarta-feira, os utilizadores das redes sociais da região de Belgorod publicaram um vídeo que mostrava um avião a cair numa zona rural coberta de neve e uma enorme bola de fogo a irromper no local onde aparentemente atingiu o solo.

Ainda segundo a AP, Kyiv não confirmou nem negou que as suas forças tenham abatido um avião de transporte militar russo nesse dia, e a alegação da Rússia de que o acidente matou prisioneiros de guerra ucranianos não pôde ser verificada de forma independente.

Na sexta-feira, Mykola Oleshchuk, comandante da força aérea ucraniana, descreveu a afirmação de Moscovo como "propaganda russa desenfreada".

No início da semana, as autoridades ucranianas confirmaram que a troca de prisioneiros estava prevista para quarta-feira, mas foi cancelada.

Moscovo não solicitou que uma determinada zona do espaço aéreo fosse mantida em segurança durante um certo período de tempo, como aconteceu em anteriores trocas de prisioneiros.

Um porta-voz do Comité Internacional da Cruz Vermelha na Ucrânia instou a Rússia, na sexta-feira à noite, a devolver os corpos dos prisioneiros de guerra que possam ter morrido no acidente de avião.

A Ucrânia e a Rússia trocam regularmente os corpos dos soldados mortos, mas cada troca tem exigido uma preparação considerável, disse Vlasenko.

O presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy apelou a uma investigação internacional sobre o acidente, visto que a Rússia tem acesso exclusivo ao local do acidente.

O presidente russo, Vladimir Putin, comprometeu-se na sexta-feira a tornar públicas as conclusões da investigação do acidente de Moscovo.

Nas suas primeiras declarações públicas sobre o acidente, Putin repetiu comentários anteriores de funcionários russos de que "tudo estava planeado" para uma troca de prisioneiros no dia em que o avião se despenhou.

"Sabendo [que os prisioneiros de guerra estavam a bordo], atacaram este avião. Não sei se o fizeram de propósito ou por engano, por irreflexão", disse Putin sobre a Ucrânia num encontro com estudantes em São Petersburgo.

O Presidente russo não forneceu pormenores para apoiar a alegação de que a culpa era de Kyiv, mas disse que os gravadores de voo do avião tinham sido encontrados.

"Existem caixas negras, tudo será agora recolhido e mostrado", disse Putin.

Leia Também: Kyiv insta Cruz Vermelha a esclarecer se avião russo levava prisioneiros

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