Representantes da administração Biden adiantaram à agência noticiosa francesa AFP que estas discussões no âmbito de um grupo de trabalho sobre a luta contra os estupefacientes, que terá lugar na próxima terça-feira em Pequim, seguem-se à cimeira EUA-China de novembro passado, em São Francisco, durante a qual os presidentes dos dois países, Joe Biden e Xi Jinping, estabeleceram um diálogo que permaneceu sem solução durante anos.
Segundo os norte-americanos, o Presidente chinês tinha concordado em tomar "uma série de medidas significativas para reduzir consideravelmente os fornecimentos" de componentes de fentanil provenientes da China, que transitam frequentemente através do México e dos seus cartéis de tráfico.
"Durante anos, a cooperação bilateral antinarcóticos entre os Estados Unidos e a República Popular da China foi suspensa, impedindo o progresso", afirmou uma autoridade dos EUA sob anonimato, sublinhando, contudo, que a situação mudou durante a reunião de 15 de novembro.
Washington espera que a China coopere, perseguindo empresas que fabricam precursores químicos de fentanil e reduzindo o financiamento para o comércio.
O fentanil está a causar cerca de 100 mil mortes por 'overdose' por ano nos Estados Unidos, tornando-se a principal causa de morte entre pessoas de 18 a 49 anos, lembrou o responsável norte-americano.
A luta contra este opiáceo sintético -- que é muito mais poderoso do que a heroína -, será um dos temas da campanha presidencial americana.
Desde a cimeira, a China fechou um negócio, bloqueou alguns pagamentos internacionais e retomou a troca de informações sobre entregas e tráfico, acrescentou o responsável norte-americano.
A reunião, que incluirá funcionários da justiça, da segurança interna, da diplomacia e do combate ao narcotráfico dos EUA, centrar-se-á na "coordenação contínua para apoiar ações concretas" na luta contra o fentanil, adiantaram as fontes.
A China e os Estados Unidos voltaram ao diálogo nos últimos meses, tendo, por exemplo, o principal diplomata de Pequim, Wang Yi, e o conselheiro de segurança nacional dos EUA, Jake Sullivan, estado reunidos em Banguecoque na semana passada.
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